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O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, reconheceu que o crescimento de 0,1% do PIB (Produto Interno Bruto) do país no terceiro trimestre do ano veio fraco, apesar de ter sido melhor do que o esperado pelo mercado financeiro, de uma queda de até 0,3%. Ele creditou o desempenho ao início do processo de redução da taxa básica de juros a partir de agosto, pelo Banco Central, mas alfinetou a instituição para que faça mais cortes.
“Nós tivemos um PIB positivo, mas fraco, mas com os cortes na taxa de juros nós esperamos que esse ano nós fechemos em mais de 3% de crescimento, e esperamos um crescimento na faixa de 2,5% no ano que vem. Mas, o Banco Central precisa fazer o trabalho dele”, disse no final da tarde de terça (5) ao sair do hotel em que estava hospedado na Alemanha.
Ainda na terça (5), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizou que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode continuar a cortar a taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual, inclusive na reunião da próxima semana.
Um pouco mais cedo, durante a live “Conversa com o Presidente”, Haddad também havia comentado sobre o resultado, mas sem citar o fraco desempenho. Ele apenas citou que espera que o Congresso aprove todas as medidas enviadas pelo governo, ainda faltam principalmente a taxação das apostas online (as chamadas “bets”) e a subvenção fiscal dos estados.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também comentou o resultado do PIB no terceiro trimestre, mas em tom de otimismo. De acordo com ele, “não é só surpresa. É resultado de um trabalho de pessoas que acreditam que é possível fazer as coisas acontecerem”.
Logo após sair do hotel, Lula viajou de volta ao Brasil direto para o Rio de Janeiro, onde vai participar de reuniões da reunião de cúpula dos chefes de Estado do Mercosul e associados. O presidente pretende tentar avançar nas conversas para fechar o acordo com a União Europeia, embora o presidente francês Emmanuel Macron já tenha sido categórico em dizer que é contra, enquanto que o atual presidente argentino, Alberto Fernández, diminuiu o emprenho dias antes da posse de Javier Milei, marcada para domingo (10).
Apesar da diminuição da temperatura e do otimismo em fechar o acordo ainda nesta semana, Lula ganhou o apoio do primeiro-ministro alemão Olaf Scholz, que se disse favorável ao reforço das relações comerciais entre os dois blocos.