

Sétima maior fabricante de pneus do mundo, a sul-coreana Hankook pretende se tornar mais conhecida dos brasileiros. A estratégia da empresa é crescer com o aumento de lojas da marca, feitas em parceria com as distribuidoras e os lojistas. Ao contrário das seis maiores concorrentes (veja no box), que já têm ou estão em fase de concluir fábrica no Brasil, a companhia asiática afirma não ter interesse de instalar uma planta no país tão cedo. Por enquanto, o maior investimento será na criação de um armazém, possivelmente no estado de São Paulo, para proteger os produtos da variação cambial, mas a obra ainda está em fase de análise.
A Hankook vai fechar o ano com 220 lojas no Brasil, uma alta expressiva em relação a 2009, quando tinha apenas 20 unidades. As lojas se concentram nas regiões Sul e Sudeste. A meta é deter 6% do mercado brasileiro em três anos, o que significa vender cerca de 2,5 milhões de pneus em 2015, mais que o dobro do previsto para este ano. Hoje a América Latina responde por 6% das vendas globais da companhia, sendo o Brasil o maior mercado da região. No ano passado, as vendas aqui somaram US$ 57,7 milhões, e a estimativa para este ano é chegar a US$ 88,5 milhões.
A previsão otimista de ganhar mercado no Brasil pega carona no crescimento do mercado de automóveis no país, o quarto maior do mundo. A proximidade com empresas conterrâneas, como Kia e Hyundai, também é um fator importante, já que garante contratos de fornecimento para os carros de ambas as marcas. A Hankook também tem acordos com Ford, Volks, Toyota e recentemente fechou parceria com a BMW e a Daimler Chrysler da América do Norte.
Marketing
Sem a previsão de uma fábrica aqui, projeto que só começará a ser analisado após a companhia começar a faturar mais de US$ 500 milhões no Brasil, a empresa aposta no aumento da rede credenciada, padronização das lojas e investimento em comunicação para crescer. A estratégia foi estabelecida após uma pesquisa, feita em seis estados do país e com 650 pessoas. O resultado mostrou que apenas 19% dos brasileiros associam a Hankook a uma fabricante de pneus e 12% sabiam onde comprar os produtos da marca.
"Nosso objetivo no Brasil é ter 6% de market share até 2015. Até agora não atingimos esse patamar porque tínhamos poucos fornecedores. Nossos esforços estão concentrados em aumentar a rede de distribuição", afirmou o CEO global da Hankook, Seung Hwa Suh, durante uma conversa com jornalistas brasileiros num encontro em Seoul, no mês passado.
Hoje a importação dos pneus da Hankook é uma operação feita diretamente pelos distribuidores, sem interferência da empresa, que só auxilia os parceiros em questões técnicas e alfandegárias. A revenda no Brasil deve passar a ser mais atrativa uma vez que a empresa construa o centro de distribuição no país, que terá capacidade para 100 mil unidades.
O CFO (chefe do setor financeiro, da sigla em inglês) e filho do fundador da Hankook, Hyun Bum Cho, disse que é inevitável que uma fábrica seja instalada no Brasil, mas que a prioridade da empresa até aqui foram os mercados europeu e americano. "Pneus existem porque carros existem. À medida em que Kia e Hyundai ganharem mercado no Brasil, nós também vamos crescer. A prioridade agora é investir na área de distribuição e em relações públicas e publicidade", afirmou.
A previsão do faturamento global da Hankook para este ano é de US$ 7,23 bilhões, crescimento de quase 12% em relação a 2011. A crise na Europa e a fraca recuperação da economia americana são vistos como uma oportunidade pela Hankook, que move o seu eixo de atuação para o mercado asiático. Uma nova fábrica começa a operar na Indonésia em breve. A meta é se tornar a quinta maior marca mundial de pneus em 3 anos. No ano passado, foram produzidos 47 milhões de pneus, e a estimativa é que esse número chegue a 63 milhões até 2015.
A companhia investe 5% de sua receita nos cinco centros de Pesquisa e Desenvolvimento espalhados pelo mundo além da Coreia do Sul, China, Alemanha, EUA e Japão possuem uma unidade voltada para inovação e melhora da qualidade dos produtos. Em média, as empresas do setor investem de 2% a 2,5% em P&D.
O repórter viajou a convite da Hankook Tire
Desafiados, governadores da oposição refutam culpa pela inflação e antecipam debate de 2026
Trump muda jogo político da Europa e obriga países a elevarem gastos com defesa
Preço dos alimentos não cai com ameaças, mas com responsabilidade
A inflação do grotesco: três porquinhos são deixados para morrer em exposição
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião