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Seguros

HDI demite mais de 70 pessoas em Curitiba

A HDI Seguros S.A., que comprou a HSBC Seguros de Automóveis e Bens S.A., demitiu, até o dia 31 de março, 48 funcionários, segundo o Sindicato dos Securitários do Paraná. Apenas quatro deles trabalhavam fora de Curitiba. Outros 28 empregados da seguradora também teriam sido demitidos ontem, de acordo com dados do sindicato. Estas dispensas – que podem ser consideradas normais em negócios desse porte – estão deixando os trabalhadores apreensivos.

A reportagem da Gazeta do Povo conversou com cinco ex-funcionários da HSBC. Nenhum deles quis ser identificado. Maria (nome fictício) estava entre os cerca de 28 que perderam o emprego ontem. Para a ex-funcionária, as demissões na HDI não passam de simples reestruturação (leia nesta página). "Sabemos que a HDI está demitindo em Curitiba e contratando em outras cidades, com salários mais baixos. E, para nós, não foi dada a oportunidade de transferência de cidade, mesmo para aqueles que pediram", diz.

Segundo os trabalhadores, as demissões na HDI de Curitiba começaram em fevereiro, logo depois do feriado de carnaval, e ocorrem quase todos os inícios de semana. O clima entre os que ficam na empresa é de apreensão e estresse. Nem mesmo os gerentes sabem o que dizer aos subordinados, já que também não têm idéia do que vai acontecer. "Eles nos falavam para não contrairmos dívidas já que não sabiam o que estava por vir", disse Carlos (nome fictício), que trabalhava há 6 anos na empresa e foi demitido há 15 dias.

Segundo Rodrigo (nome fictício), demitido no mesmo dia de Carlos, depois de três anos no HSBC, já foram cortados de gerentes a funcionários do call center. Nem a história pessoal dos que estão na lista dos demitidos é levada em conta pela HDI. "Tanto é que um gerente que está na empresa há 27 anos, desde a época do Bamerindus, foi um dos primeiros a serem mandados para a rua", diz Francisco (nome fictício), que contou que um gerente e sua esposa, também funcionária, foram demitidos no mesmo dia.

O que deixou os ex-funcionários irritados foi, segundo eles, a falta de transparência durante o processo da venda. "Primeiro falaram que ninguém seria demitido, o que era mentira, depois não nos deram nenhuma opção, como plano de demissão voluntária, transferência, ou coisa parecida", diz Rodrigo.

A aquisição da HSBC pela HDI foi considerada pela consultoria KPMG como o mais importante negócio do setor de seguros no Brasil no ano passado. A venda, anunciada há oito meses, foi consumada no último dia 20, com a aprovação da troca do controle acionário da HSBC para a multinacional alemã HDI, pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).

O negócio, de R$ 300 milhões, foi comemorado por ambas as empresas. A HDI, que já operava no Sudeste, ganhou estrutura no Nordeste, além da carteira de clientes em todo o país, e passou a ser a sétima companhia brasileira de seguros de automóveis. Já a HSBC Seguros continuou operando nos setores de vida e previdência e passou a funcionar como corretora, com a criação da HSBC Corretora S.A.

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