O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse nesta quarta-feira que a tendência é que haja uma distribuição nacional de todas as ações relacionadas à TV digital, mas negou que a decisão sobre a localização dos núcleos da TV e pólos de semicondutores já tenha sido tomada, como informou o programa eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele destacou que a decisão será do presidente. A expectativa do ministro é de que a medida provisória sobre semicondutores seja publicada somente depois das eleições.
O programa eleitoral de TV de ontem à noite do presidente Lula anunciou que o primeiro núcleo da TV digital no país ficará localizado na Zona Franca de Manaus, e que os pólos iniciais de microeletrônica e de semicondutores serão instalados em Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
- Estamos procurando deixar muito claro que todas as regiões que já têm um trabalho em conformidade com o que foi apresentado no projeto de TV digital tenham não só prioridade, mas tenham também maior facilidade de poder se enquadrar nas exigências. Exemplo é o pólo industrial de Manaus, que já tem várias indústrias, nacionais e internacionais, que tratam da questão - afirmou.
Segundo ele, a Zona Franca de Manaus não vai perder nada, mas ao contrário, "será prestigiada pelo Sistema Brasileiro de TV Digital". Ele disse que vários produtos da TV digital já são fabricados lá. Além disso, também produz rádios digitais para exportação.
O ministro destacou que em Minas Gerais existe um projeto de semicondutores elaborado pelo BNDES, com a participação do governo de Minas e do governo federal. Citou ainda o Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), no Rio Grande do Sul, onde já está sendo desenvolvido o design dos chips em computadores. A tendência é chegar com a TV digital no maior número possível de estados, como a Bahia, que tem um pólo industrial muito importante, além de São Paulo.
Para Hélio Costa, o programa eleitoral do presidente não extrapolou suas funções ao anunciar os locais onde serão desenvolvidos os sistemas de semicondutores.
- O que o programa eleitoral tentou fazer foi mostrar que o governo está trabalhando no setor, que o governo tem proposta no setor, e que o governo já está caminhando certamente para uma decisão. Acho que o programa eleitoral tem o direito de fazer isso. Afinal de contas, é um programa de governo. Não estamos ali apenas fazendo a propaganda do candidato à Presidência da República, mas do seu programa de governo - afirmou Costa.
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