A Associação Internacional de Hidreletrecidade (IHA, na sigla em inglês) lançará hoje, em Foz do Iguaçu, um protocolo de sustentabilidade para a construção de novas usinas hidrelétricas. O documento, desenvolvido junto com o Banco Mundial e ONGs ligadas ao meio ambiente, será um padrão para o desenvolvimento de hidreletrecidade com base nos preceitos sustentáveis. "Usamos como exemplo o trabalho feito pela Itaipu, que desenvolveu projetos sustentáveis quando a palavra sustentabilidade ainda não era conhecida", avaliou o presidente da IHA, Refaat Abdel-Malek.
A mudança da fronteira hidrelétrica brasileira requer maiores cuidados na exploração da energia, avaliam os especialistas do setor. A partir de agora, os responsáveis pelos projetos terão de pensar em como otimizar a produção de energia e preservar o meio ambiente. "O Brasil já tem uma cultura forte na construção de usinas, mas temos um desafio pela frente: qual é o tamanho do reservatório ideal? Estamos cada vez mais diminuindo o seu tamanho e, com isso, a capacidade de armazenamento de energia. Precisamos debater mais para medir os impactos que uma grande ou pequena hidrelétrica traz para a região", analisou Manoel Zaroni Torres, presidente da Tractebel Energia, braço da GDF Suez no Brasil.
Desenvolvimento
Durante as plenárias do Congresso Mundial da IHA, que termina no fim de semana, os representantes do setor elétrico brasileiro ressaltaram que é na região amazônica, com 60% do potencial hidrelétrico nacional, que a construção de usinas pode ser mais explorada hoje. "A hidreletrecidade pode chegar a essa região como vetor de preservação ambiental e de desenvolvimento econômico", avaliou Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa e Energia (EPE). "Veja o que aconteceu no entorno de Itaipu: os municípios da região têm um Índice de Desenvolvimento Humano e indicadores econômicos muito melhores do que outras cidades brasileiras", acrescentou o secretário-geral do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann.
O repórter viajou a convite da Itaipu Binacional.