A ausência de novas usinas hidrelétricas com reservatórios de armazenamento no sistema elétrico poderá limitar a expansão de outras novas fontes de energia renováveis, na medida em que cria necessidade de operação de usinas termelétricas na base, disse o diretor geral da Aneel, Nelson Hubner, nesta quarta-feira (9).
"Não tem solar e eólica puras se não tiver reservatório hídrico", disse Hubner durante evento da Business News Americas, em São Paulo. Ele lembrou que os reservatórios das hidrelétricas são como "baterias" que dão segurança ao sistema.
Em outros países sem capacidade de geração hidrelétrica, as usinas térmicas têm o papel de gerar energia quando não há vento ou sol para geração de renováveis, explicou Hubner.
O diretor da Aneel acrescentou que a capacidade de armazenamento da região Nordeste estará reduzida a um terço da atual, e a capacidade da região Sudeste tende a cair pela metade até 2020 diante da entrada de poucas hidrelétricas e sem reservatórios de armazenamento.
Atualmente, as grandes hidrelétricas licitadas são no modelo a fio d'água -sem capacidade de armazenamento.
As grandes hidrelétricas têm ainda enfrentado dificuldade na obtenção de licenças ambientais diante do impacto que ocasionam.
Assim, nos leilões de energia nova A-5, originalmente pensados para viabilizar hidrelétricas, atualmente tem dado espaço a entrada de outras fontes, como a eólica.
"O modelo nosso foi desenhado para estas usinas hidrelétricas estarem na base. É um desvio de conduta o que estamos vendo no nosso modelo", disse Hubner sobre a grande viabilização de usinas eólicas nos leilões A-5.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, por outro lado, disse durante o mesmo evento que não acredita que serão construídas hidrelétricas com reservatórios no futuro.
"Serão muito poucas. Acho que a gente tem que tentar se acostumar que as usinas com reservatório são poucas que virão", disse.
PCHs
Hubner defendeu a viabilização das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) nos leilões. Atualmente essas usinas não têm sido competitivas em leilões com outras fontes de energia, diante da prática de um preço maior.
Hubner explicou, no entanto, que no longo prazo a PCH pode ser até mais barata. "A eólica, você vai contratar por 20 anos, dificilmente vai durar mais do que isso", disse Hubner ao acrescentar que já as PCHs podem durar por até 100 anos, e uma vez que o investimento no empreendimento é amortizado, o preço da energia tende a cair. "Quando você olha no longo prazo, o preço dela é muito menor", disse o diretor.
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