O governo socialista da França insistiu nesta sexta-feira (7) que levará os cortes orçamentários adiante e prometeu uma reforma tributária no próximo ano, contrariando rumores de que estaria abrandando medidas propostas durante a campanha eleitoral, como a de impor uma alíquota tributária de 75 por cento aos ricos.

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O presidente François Hollande, eleito em maio com a promessa de estimular a retomada de crescimento e taxar mais pesadamente os ricos, disse que, por causa da economia estagnada, é crucial que a França cumpra a meta de limitar o déficit público a 3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, sob risco de perder a confiança dos investidores.

Hollande disse que, ao não corrigir o valor dos gastos públicos no ano que vem --exceto no que diz respeito a dívida e pagamentos de pensões--, seu governo pode economizar 10 bilhões de euros, levando em conta o valor ajustado pela inflação.

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Mas isso representaria apenas um terço dos mais de 30 bilhões de euros que Hollande diz que a França precisaria economizar para cumprir a meta de déficit do próximo ano, mantendo-se no rumo do equilíbrio orçamentário até o final dos seus cinco anos de mandato.

Como o governo se recusa a demitir servidores públicos, a maior parte do ajuste precisará ser feita via elevação da arrecadação tributária.

"Esse será o maior esforço em 30 anos", disse Hollande em um ato público no qual prometeu uma reforma tributária "audaciosa", entre outras medidas.

Desde 2007, o déficit francês não fica aquém do limite exigido pela União Europeia, de 3 por cento do PIB. Naquele ano, ficou em 2,7 por cento.

Após a crise dos últimos anos, que levou a dívida pública a 90 por cento do PIB, Hollande disse que a administração da dívida já se tornou o segundo maior item do orçamento, o que torna o ajuste mais complexo.

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Os parceiros da França na UE veem o plano orçamentário como um teste crucial para avaliar o entusiasmo de Hollande com as reformas, mas há poucos sinais por enquanto de que ele fará mudanças profundas no ano que vem.

A França não consegue equilibrar seu orçamento desde 1974, e os gastos públicos atualmente respondem por 56 por cento da produção econômica --valor que, no Ocidente, só é superado pela Dinamarca.

O orçamento será apresentado em 28 de setembro, numa reunião de gabinete que foi adiada em dois dias para que Hollande participe da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, segundo autoridades.