Um homem morreu após desmaiar durante um protesto anticapitalista nesta quarta-feira, véspera da cúpula do G20 em Londres, informou a polícia.
A polícia disse ter encontrado o homem em uma rua no centro financeiro de Londres, onde estava caído e teve parada respiratória às 19h30 horário local (15h30 em Brasília).
Não está claro o motivo da morte do homem.
Autoridades tentaram ressuscitar o homem antes de levá-lo a um hospital próximo, onde teve sua morte confirmada.
A polícia disse que teve que mover o homem após manifestantes terem lançado garrafas contra eles.
Mais cedo, a polícia britânica usou cassetetes para tentar dispersar centenas de manifestantes após um dia de protestos contra a cúpula do G20 (grupo de países desenvolvidos e emergentes).
Alguns manifestantes atearam fogo a um boneco, pendurado a um poste, que representava um banqueiro. Três vidraças foram depredadas em uma agência do Royal Bank of Scotland, que se tornou símbolo da insatisfação contra o sistema financeiro depois de receber uma injeção de capital do governo, em outubro.
"Estas ruas, nossas ruas! Estes bancos, nossos bancos!", gritavam os manifestantes, que também atiraram bombas de tinta contra a polícia.
Em nota, o Royal Bank of Scotland disse estar "ciente da violência" diante da sua agência e afirmou que "já tomou a medida de precaução" de fechar outras filiais em Londres.
A polícia disse que 32 manifestantes foram detidos no começo da noite e que ao menos um policial foi hospitalizado.
Cerca de 4.000 manifestantes se aglomeravam em frente ao BC inglês. Uma loja Gucci nos arredores fechou as portas e esvaziou suas vitrines.
Há manifestações previstas também na quinta-feira no local da cúpula, no leste de Londres.
Antes, manifestantes fizeram uma passeata atrás de bonecos dos "quatro cavaleiros do apocalipse", representando crimes financeiros, a guerra, a mudança climática e a falta de moradia.
Alguns atiravam ovos na polícia e gritavam "façam uma fogueira, ponham os banqueiros em cima". Para os funcionários do setor financeiro que assistiam a tudo nos escritórios, eles gritavam "Pula!" ou "Que vergonha!".
"Estou irritado com a arrogância do governo, a arrogância dos banqueiros", disse Jean Noble, 60 anos, morador de Blackburn, no norte da Inglaterra.
"Estou aqui em nome dos pobres, dos que agora vão ficar sem pensão ou que perderam suas casas enquanto esses gatos gordos mantêm seus bônus, escondem seu dinheiro em paraísos fiscais e vão viver onde ninguém pode tocar neles."
Uma manifestação menor, contra o envolvimento militar britânico no Iraque e Afeganistão, atraiu centenas de pessoas na praça Trafalgar, perto do Parlamento.
Os protestos, que reúnem anticapitalistas, ambientalistas, pacifistas e outros, marcam aquilo que os manifestantes chamaram de "Dia da Mentira Financeira", uma alusão ao 1o de abril.
A polícia apreendeu um veículo blindado em estilo militar com a inscrição "Riot" (distúrbio, ou tropa de choque). Um porta-voz policial disse que seus 11 ocupantes foram presos por usarem fardas policiais falsas.