Os presidentes de Honduras e do Brasil, Manuel Zelaya e Luiz Inácio Lula da Silva, fecharam nessa terça-feira (7) um convênio de assistência técnica ao país centro-americano para impulsionar a fabricação de biocombustível.
"O Brasil está disposto a cooperar com Honduras, seja no setor de etanol, seja no setor de biodiesel", afirmou Lula durante uma coletiva de imprensa com Zelaya, depois da reunião entre os presidentes.
O governo brasileiro está disposto a enviar especialistas e empresários do setor para promover a produção de biocombustível em Honduras, pois acreditam que seu desenvolvimento "constitui uma alternativa de geração de energia imprescindível para o progresso econômico e social de ambos os países e de outras regiões".
Acompanhado por funcionários do governo e empresários, Lula, faz uma viagem pela América Latina passando por México, Nicarágua, Jamaica e Panamá. Ele chegou por volta das 10h da manhã ao aeroporto de Tegucigalpa, onde foi recebido por seu colega hondurenho.
Os presidentes tiveram uma reunião, depois da qual os chanceleres Celso Amorim (Brasil) e Milton Jiménez (Honduras) fecharam oito acordos, na maior aproximação desde que as duas nações estabeleceram relações diplomáticas em 1906.
Parceria
O acordo é uma declaração de cooperação técnica na área da produção e uso do etanol combustível, assistência jurídica em matéria penal e capacitação técnica em sistemas de produção pecuária e organização de redes agroalimentares nas áreas de carne, leite, suinocultura e avicultura.
Os dois países também se comprometeram a implementar um banco de leite materno em Honduras, compartilhar conhecimentos sobre os sistemas de saúde pública, ajudar a gestão de recursos hídricos em Honduras.
"Queremos dar hoje um salto qualitativo em nossas relações compatíveis com nossas aspirações de desenvolvimento e uma profunda transformação. Por isso, estamos empenhados em desenvolver iniciativas ambiciosas para concluir novos acordos e aprofundar a cooperação bilateral", declarou o presidente brasileiro.
"Temos de aprender de uma vez por todas as oportunidades que podemos nos oferecer mutuamente", disse Lula, que está disposto a incentivar a Petrobras a procurar petróleo nas águas do Caribe hondurenho, caso o governo de Honduras esteja "disposto a compartilhar investimentos e a execução dos projetos".
Zelaya agradeceu, por sua vez, a visita do colega sul-americano por ter negociado, junto com outros países do continente, o perdão da dívida de Honduras por parte do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), de 1,4 bilhão de dólares.
Lula e Zelaya concordaram ainda sobre a "necessidade urgente" de se ampliar o Conselho de Segurança das Nações Unidas para "torná-lo mais legítimo e representativo da realidade contemporânea". O Brasil pretende ocupar um assento permanente nesse organismo.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast