O momento finalmente chegou. Desde que os sócios Marcelo Huber e Joel Grzybowski fundaram a Sanex, eles imaginavam quando a empresa alcançaria o limite do desenvolvimento e exigiria novos parceiros para garantir a expansão. Em dez anos de atividade, a fábrica de suplementos para ração animal acumulou premiações em inovação e garantiu a participação de 5% no mercado nacional. A concorrência com players internacionais poderia levar a alguma fusão ou aquisição, situação que os empresários pretendiam evitar. "Quanto mais uma empresa cresce, mais investimento precisa para permanecer nessa trilha. Chegamos a um ponto que, para continuar no mercado, precisávamos dar um salto no desenvolvimento, com investimentos incompatíveis com operações financeiras convencionais", explica Huber, que responde pela diretoria de operações.
O perfil inovador da Sanex, com investimento médio de 6% do faturamento anual em pesquisa e desenvolvimento e parcerias com universidades, institutos tecnológicos e clientes, foi decisivo na preparação da empresa para a captação de fundos de investimentos e co-investidores. A adequação do plano estratégico começou em 2012, no Centro Internacional de Inovação do Senai, do Sistema Fiep. A empresa vinha de um pico de desempenho, com faturamento de R$ 17 milhões em 2011. No ano seguinte, a seca nos Estados Unidos gerou impacto em toda a cadeia do agronegócio mundial, antecipando os planos dos sócios.
O ano de 2013 foi de adequação do plano de negócios e rodadas de negociação com os fundos interessados, a partir de uma seleção anual realizada pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP). Entre 160 projetos de todo o país, a Sanex ficou entre as seis empresas escolhidas para expor sua proposta a 600 gestores de fundos, em abril do ano passado. Desde então, dois fundos avançaram nas negociações, que devem ser concluídas até o fim do ano.
Co-investidor
Em outra ponta, os sócios partiram para conquistar um co-investidor com experiência financeira e capacidade de aporte para transformar o capital social da empresa e contribuir para a nova fase, de restruturação da gestão, diversificação comercial, reforço na inovação e início das exportações. Entre a participação do fundo, de R$ 4 milhões, e do co-investidor, de R$ 2 milhões, os sócios calculam ser necessário um investimento total de 40% do valor da empresa para continuar a crescer. "Chegar a esse momento significa um sinal de sucesso, de mais acertos do que erros ao longo da nossa trajetória. E abre uma nova perspectiva, de poder realizar no futuro o que não pôde ser feito até agora, por falta de capacidade de investimento", avalia Huber.