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Varejo

Hora de reformar a casa

João, Regiane e o filho, Leonardo: planos de trocar porta, janela, forro e piso da sala | Antônio More/ Gazeta do Povo
João, Regiane e o filho, Leonardo: planos de trocar porta, janela, forro e piso da sala (Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo)
Anilda e a filha, Elza: terreno de casa virou canteiro de obras |

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Anilda e a filha, Elza: terreno de casa virou canteiro de obras

Veja quantas famílias pretendem reformar a casa durante o ano de 2010 |

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Veja quantas famílias pretendem reformar a casa durante o ano de 2010

Um terço das famílias da Região Sul do país, a maioria da classe C, tem planos de ampliar ou construir sua casa em 2010, segundo uma pesquisa do instituto Data Popular. Trata-se de um contingente de 2,8 milhões de famílias que devem ajudar o comércio de material de construção a ter o melhor ano da história. A Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) projeta um crescimento de 11% sobre o ano passado, quando o varejo faturou R$ 45 bilhões. A indústria do setor, por sua vez, acelera planos de expansão de produção e prevê dobrar suas receitas até 2016.

Entre as famílias que vão reformar, 57% pertencem à classe C, 33% são das faixas D e E e 10%, de A e B. Em todo o Brasil, o volume chega a 22 milhões de famílias – o equivalente a 42% do total da população na área urbana do país, segundo projeção do Censo 2010. No Sul, essa proporção é de 36%.

Conhecido como consumidor formiga – porque faz compras pequenas e frequentes –, esse público está indo às compras no embalo da combinação de au­­mento da renda, crédito farto e de longo prazo e da redução do Im­­posto sobre Produtos In­­dus­­trializados (IPI).

Na avaliação de Melvyn Fox, presidente da Associação Bra­sileira de Materiais de Construção (Abramat), uma série de fatores está estimulando as vendas, mas o principal deles é o próprio aumento da rendas das classes C e D. "Tradicionalmente a primeira coisa que essa população faz quando passa a ganhar mais é melhorar as condições da sua habitação", diz.

Estímulo

A redução do IPI, uma das medidas do governo para estimular a economia durante a crise mundial no fim de 2008, foi prorrogada até o fim de dezembro. "Pelo movimento de vendas desse primeiro semestre, podemos dizer que deveremos bater recorde de vendas em 2010", diz Claudio Conz, presidente da Anamaco. Segundo ele, as vendas dos produtos beneficiados com a redução do imposto cresceram 20% nos últimos 12 meses. "Na prática, esses materiais ficaram em média 8,5% mais baratos para o consumidor final e isso manteve o setor aquecido. Esses itens são importantes porque representam 25% do mix de uma loja", explica Conz.

Os representantes do setor já vêm negociando com o governo uma forma de tornar permanente a redução do IPI – hoje são cerca de 40 itens beneficiados – ou prorrogar a medida por mais um, dois anos. "É uma forma de o governo estimular o seu programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida, que vai ter uma nova fase entre 2011 e 2014", diz Fox.

O crédito em alta também ajudou a estimular os negócios dos setor. Metade das vendas da rede de lojas Balaroti, com 19 pontos de venda no Paraná e Santa Catarina, é a prazo, segundo Eduardo Balarotti, diretor de marketing e vendas da empresa. De acordo com ele, a maior parte é realizada por meio do cartão da loja, que permite parcelamento em até dez vezes. "O mercado está muito bom. O consumidor realmente está indo às compras", diz. A previsão da rede é de um crescimento de 11% em 2010 e já está em andamento um plano de expansão. "Estamos abrindo mais três lojas nesse ano", diz.

O mercado imobiliário aquecido, com o aumento do número de lançamentos, favorece as vendas da indústria – que vende diretamente para as construtoras –, mas o comércio também se beneficia. Quem compra uma casa nova depois vai trocar o piso, vai colocar novos azulejos, modificar a cozinha.

Falta material

A procura por material de construção é tanta que já faltam certos produtos em algumas regiões. No Centro-Oeste, por exemplo, há registros de escassez de cimento e tijolo. Em Curitiba, algumas lojas estavam com dificuldade para repor estoques de louças sanitárias. Mas tanto varejo quanto indústrias afirmam que não se trata de um problema generalizado. "Re­­giões cujas vendas tiveram um aquecimento muito forte e inesperado pressionaram a logística das empresas. Trata-se de um problema muito mais de distribuição e organização do que de falta de produto", afirma Conz, da Anamaco.

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Interatividade

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