Marcelino Champagnat foi o único grande investimento| Foto: Divulgação

Dois anos atrás, a Federação de Hospitais do Paraná (Fehospar) projetava que a rede privada da Grande Curitiba investiria cerca de R$ 500 milhões em vários projetos. Mas, até agora, nem um terço desse valor foi desembolsado.

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Apenas um grande hospital particular foi inaugurado desde então, o Marcelino Champagnat, que custou R$ 65 milhões. O diretor do hospital, Cláudio Lubrascher, diz não ter certeza de que investir em saúde é um ótimo negócio. "Hospital não é mau negócio, é viável, mas depende muito do modelo de gestão. Tem que ter governança corporativa, planejamento de custos, gestão de processos e gestão assistencial adequada."

A rede privada do Paraná tem cerca de 500 hospitais, a maioria de pequeno e médio porte. Alguns conseguiram superar a entressafra de negócios e voltaram a investir. É o caso do Vita Curitiba, que vai destinar R$ 6 milhões a novos equipamentos. "O mercado de saúde privada é muito desafiador. É um segmento de capital intensivo, tem de investir bastante para garantir a sustentabilidade do negócio", afirma José Octavio Leme, superintendente do hospital.

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Outra empresa que deve investir é a Paraná Clínicas Planos de Saúde Empresariais. A ampliação do Centro Integrado de Medicina, na CIC, que passou a contar com um Pronto Socorro 24 horas, custou R$ 5 milhões. O Hospital Santa Cruz vai reformar o centro cirúrgico, mas não divulgou valores.

Baixa remuneração

Um dos motivos para a frustração da previsão de investimentos é o valor pago por procedimento. "Em São Paulo se remunera três vezes mais que em Curitiba. Esse é o maior drama dos investidores daqui", desabafa Lubrascher. Segundo o vice-presidente da Fehospar, Luis Rodrigo Milano, Curitiba está entre as cinco capitais brasileiras com os menores valores pagos por convênios e operadoras de saúde.

Para o diretor médico adjunto do Paraná Clínicas Planos de Saúde Empresariais, Giovanni Targa, o valor pago equivale à qualidade do serviço prestado pela rede de Curitiba. "Os hospitais daqui oferecem uma qualidade muito diferente da vista em grandes capitais, como São Paulo."

O plano de saúde Amil, por sua vez, diz que a qualidade no Paraná é equivalente à de grandes centros, e que os custos sofrem as mesmas variações que em outros locais.

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