O HSBC Brasil registrou prejuízo de US$ 189 milhões no segundo trimestre deste ano, o último período antes de passar a ser controlado pelo Bradesco, segundo números ajustados publicados nesta quarta-feira (3) pela matriz do banco inglês. No mesmo período do ano passado, a então filial havia apurado lucro ajustado de US$ 81 milhões.
Entre abril e junho deste ano, as receitas totais da subsidiária brasileira encolheram 9,5% em relação ao segundo trimestre de 2015, para US$ 795 milhões. As provisões para créditos de liquidação duvidosa, por sua vez, aumentaram 83%, chegando a US$ 414 milhões. Essa “reserva” contra o calote corresponde a mais de um terço do gasto com eventuais perdas em todo o grupo HSBC. As provisões de todas as filiais somaram US$ 1,205 bilhão no segundo trimestre.
Em todo o primeiro semestre, o HSBC perdeu US$ 277 milhões no Brasil, revertendo o lucro ajustado de US$ 145 milhões observado nos seis primeiros meses de 2015.
A venda para o Bradesco foi concluída em 1.º de julho deste ano. Em entrevista à Gazeta do Povo, dois vice-presidentes do banco brasileiro informaram que o banco decidiu manter a estrutura adquirida do HSBC em Curitiba. O processo de transição deve ser finalizado até outubro, segundo eles.
Mundo
Em todo o mundo, o HSBC teve lucro líquido de US$ 2,61 bilhões no segundo trimestre do ano, com queda de 40% ante igual período de 2015. Na mesma comparação, os ganhos antes de impostos do banco britânico caíram 45%, a US$ 3,61 bilhões.
O lucro diminuiu em meio a “incertezas consideráveis no primeiro semestre do ano”, segundo o executivo-chefe do HSBC, Stuart Gulliver.
Nesta segunda metade de 2016, o HSBC informou que pretende gastar até US$ 2,5 bilhões para recomprar ações, após a venda bem-sucedida de suas operações no Brasil.
A recompra de ações vem num momento em que o HSBC enfrenta preocupações relacionadas a sua estratégia para a Ásia e dúvidas sobre o impacto da decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia, em plebiscito realizado em junho.
De saída
O HSBC, que já esteve presente em 87 países, vem saindo de alguns mercados, incluindo o Brasil, numa tentativa de melhorar sua rentabilidade e lidar com o endurecimento da regulação do setor bancário desde a crise financeira mundial. Suas principais operações estão hoje na Ásia, no Reino Unido e na América do Norte.
Em fevereiro, o HSBC decidiu manter sua sede em Londres, após estudar a possibilidade de retornar para sua base original, em Hong Kong.