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A aquisição do HSBC Brasil pelo Bradesco é a maior já feita na história do banco brasileiro, de acordo com Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente da instituição. “É a maior aquisição no desenvolvimento histórico do banco. Desde 1943, o Bradesco fez 48 aquisições entre bancos, financeiras, seguradoras”, disse o executivo, nesta segunda-feira (3).

O Bradesco confirmou, em fato relevante ao mercado na madrugada de hoje, que adquiriu o HSBC Brasil por R$ 17,6 bilhões (US$ 5,186 bilhões). Com a aquisição, o Bradesco assumirá todas as operações do HSBC no Brasil, incluindo o banco de varejo, seguros e administração de ativos, bem como todas as agências e clientes.

A operação, que ainda requer aprovação regulatória e foi selada em 31 de julho, pode ser concluída até junho de 2016.

HSBC venderá unidade brasileira para Bradesco por US$ 5,2 bilhões

A venda, que ainda requer aprovação regulatória e foi selada em 31 de julho pode ser concluída até junho do ano que vem

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Ativos

Ao adquirir o HSBC no Brasil, os ativos do Bradesco crescem 16% com a operação, para R$ 1,192 trilhão. A carteira de crédito aumenta 14%, chegando a R$ 517,8 bilhões. O patrimônio líquido chega a 11,2 bilhões.

Em relação ao preço a ser pago pelo HSBC, que ficou acima das expectativas do mercado, ele explicou que ambos os bancos chegaram em “um bom termo”.

De acordo com Trabuco, a aquisição do HSBC vai proporcionar ao Bradesco crescer e aumentar sua escala. Há complementaridade, segundo o executivo, em termos de agências, colaboradores e clientes, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e no público de alta renda, que soma aproximadamente 1 milhão de clientes. “Os colaboradores do HSBC nos motivaram muito. A estrutura do HSBC é de complementaridade. Temos baixa sobreposição”, afirmou ele, acrescentando que há muita mão de obra complementar na sede do HSBC, em Curitiba, que pode prestar serviços para o Bradesco e que será avaliada.

O presidente do Bradesco afirmou ainda que o sistema bancário tem se consolidado e que a compra do HSBC se insere nesse contexto. “Aquisição do HSBC ocorre em momento de grandes mudanças da transição no Brasil e é um evento inigualável. Há valor intangível. HSBC era ativo único no Brasil”, destacou Trabuco.

Para Lázaro de Mello Brandão, presidente do conselho de administração do Bradesco, a aquisição do HSBC é um novo passo na estratégia de longo prazo do banco. “Esse negócio tem o propósito de reforçar o posicionamento do banco com reflexos nos resultados financeiros, agregando valor aos nossos acionistas”, avaliou.

Analistas “aprovam” estratégia do Bradesco

Com a compra, o Bradesco retoma da Caixa Econômica Federal a terceira posição no ranking de maiores bancos do Brasil por ativos, atrás de Banco do Brasil e Itaú, respectivamente. Mas passou a ter a maior folha salarial do setor, com mais de 115 mil empregados e cerca de 500 agências a mais que Itaú Unibanco.

Embora o Bradesco tenha frisado o foco nos ganhos que a compra lhe traz em termos de escala, e que o ganho planejado de eficiência o deixará mais competitivo para quando a economia do país voltar a crescer, analistas avaliaram que à primeira vista a maior conquista é a oportunidade de rentabilizar o capital.

Apesar de terem considerado alto o valor pago pelo HSBC Brasil, analistas consideraram acertada a estratégia do Bradesco, dada a perspectiva de fraco crescimento do crédito nos próximos anos no país, o que impõe aos bancos o desafio de remunerar o excesso de capital. “Há sinergias suficientes de maior escala”, disseram em relatório analistas do Credit Suisse liderados por Marcelo Telles.

Para os analistas Eduardo Rosman e Gustavo Lobo, do BTG Pactual, “embora um pouco cara, a aquisição, a nosso ver, faz muito sentido do ponto de vista estratégico”.

Além do banco de varejo e do cobiçado negócio de alta renda, o Bradesco absorve as operações de seguros e de comércio exterior do HSBC, segmentos que tendem a ter expansão superior à média do mercado de crédito, disse o consultor e ex-presidente da Febraban, Roberto Luís Troster.

O valor em dólares a ser pago pelo HSBC Brasil em dólares representa R$ 17,6 bilhões de reais. Executivos do Bradesco explicaram que fizeram hedge cambial para a operação.

Novas expansões

A transação também reduz chances de expansão inorgânica de rivais num mercado já bastante concentrado, em que os cinco maiores detêm mais de 90% dos ativos do sistema financeiro brasileiro.

Mas a aquisição fará o Bradesco enfrentar situação reversa à vista no mercado nacional na última década, quando preferiu crescer organicamente, enquanto Santander Brasil comprou o ABN (2007), pouco antes da fusão que criou o Itaú Unibanco, que precedeu a compra do Nossa Caixa pelo Banco do Brasil.

O trabalho de integração tecnológica e de equipes nessas aquisições exigiu trabalho árduo dos bancos compradores, em alguns casos bem mais do que eles próprios previam.

No caso do Bradesco, a previsão de seus executivos é que levará de três a quatro anos para que as operações do HSBC no Brasil passem a ter o mesmo nível de eficiência que o detido pelo comprador.

Ganhar eficiência será vital não apenas para remunerar adequadamente os recursos dos acionistas, mas também para recuperar os níveis de capitalização, já que o índice de Basileia do Bradesco caiu de 16% para 13,5%, ante mínimo regulatório exigido pelo Banco Central de 11%.

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