O Itaú estaria negociando, segundo fontes de mercado, a compra da carteira de pessoa física do HSBC. As instituições negam a operação, mas fontes de dentro de ambos os bancos dizem que há conversas em andamento. O HSBC anunciou, em setembro, a venda de sua operação no Chile para o Itaú por US$ 20 milhões, mas manteve as operações de banco de investimento e comercial.
Uma fonte do HSBC informou que apenas a carteira de pessoa física seria comprada, mas os clientes Premier e corporativos continuariam com o banco. A fonte do Itaú lembrou que o banco está em franca ascensão e que o HSBC está com as operações estratégicas de expansão congeladas, o que confirmaria o indício. "Além disso, todo mundo dentro do Itaú está comentando este boato, de que haverá a compra de um pedaço da operação", informa a fonte, que não deu mais detalhes da operação.
A estratégia do HSBC poderia ser uma próxima etapa do plano de reduzir posição em países onde não tem escala para competir com grandes instituições financeiras locais. No Brasil, o banco de origem inglesa tem de enfrentar pesos pesados, como o próprio Itaú e o Bradesco. Segundo um consultor de mercado, a estratégia também poderia fazer sentido para o HSBC melhorar seus resultados globais (afetados pela crise europeia) e melhorar seu índice de Basileia, indicador que mede a solvência das instituições financeiras pela relação entre o capital da instituição e o volume de recursos emprestados.
O HSBC anunciou, em agosto, um plano de reestruturação mundial que inclui o corte de 30 mil postos de trabalho e o encerramento de operações em 20 países até 2013. O objetivo é economizar US$ 3,5 bilhões. Em Curitiba também houve cortes: em agosto, 79 funcionários do Centro Global de Tecnologia do Grupo HSBC (GLT) foram demitidos. A razão para os cortes seria a redução de demanda. Procurados pela reportagem, tanto o HSBC quanto o Itaú informaram, por meio de suas assessorias de imprensa, que não comentam rumores de mercado.