“A pandemia de gripe suína na Índia foi muito séria. As pessoas se deram conta dos riscos da concentração dos nossos serviços. Agora vamos redistribuir as competências.” Jacques Depocas, presidente do GLT do Brasil, sobre a expansão da unidade brasileira em detrimento da China e da Índia| Foto: Divulgação

Requisitos

O HSBC GLT deve criar entre 350 e 500 vagas em Curitiba este ano, das quais cerca de 150 já estão abertas para cargos de analista júnior, pleno e senior. As vagas contam com a possibilidade de experiência internacional.

Especialidades desejadas

Mainframe (Cobol/CICS/DB2), suporte Unix, Vision Plus, Testes, BA, Datastage, DBA/DB2, DBA/Oracle, Java, MQ Series, WebSphere, BI, Segurança da Informação, Documentação, SQL Server.

Pré-requisitos

Inglês avançado ou fluente, conhecimento nas tecnologias acima e disponibilidade para viajar ao exterior.

Como concorrer

É preciso acessar o site do GLT (www.hsbcglt.com.br), clicar em "Oportunidades de Carreira" e cadastrar o currículo no local indicado. O site também informa quais são as vagas ainda disponíveis.

Fonte: HSBC

CARREGANDO :)

O Global Technology (GLT), braço de desenvolvimento de tecnologia do grupo HSBC no mundo, vai canalizar os investimentos este ano para a ampliação da unidade brasileira. Terceiro maior escritório de serviços em tecnologia financeira da multinacional, a sede de Curitiba vai duplicar até o fim do ano o número de colaboradores, atualmente em 450 pessoas.O calibre do GLT brasileiro ainda é tímido frente aos escritórios da China e da Índia, que foram criados antes e somam cerca de dez mil funcionários, mas o presidente da área no Brasil, Jacques Depocas, acredita que há espaço, no curto prazo, para dois mil funcionários – a atual expansão eleva o número de colaboradores para 900. "As diretrizes são para congelar o crescimento na China e principalmente na Índia, e pulverizar o conhecimento e as competências entre as várias geografias onde atuamos", diz Depocas. Apesar de um quarto centro de desenvolvimento estar sendo instalado na Malásia, com 150 funcionários, o presidente diz que este investimento não deve dividir espaço com a prioridade brasileira. "A unidade da Malásia vai crescer mais devagar do que por aqui."

A função dos GLTs é desenvolver soluções e ferramentas para as operações de Tecnologia da Informação (TI) necessárias nas empresas de serviços bancários – serviços em computadores centrais de bancos (mainframes), bancos de dados, aplicações para web e client server são alguns exemplos.

Publicidade

Segundo Depocas, a mudança no foco dos investimentos em 2010 ocorre porque o grupo reavaliou os riscos de ter os produtos concentrados em poucas regiões. "A pandemia de gripe suína na Índia foi muito séria. As pessoas se deram conta dos riscos da concentração dos nossos serviços. Agora vamos redistribuir as competências, aumentar o intercâmbio, e acelerar o processo de aprendizagem integrado das nossas equipes."

Para o Brasil, o presidente do GLT concorda que o momento traz uma boa oportunidade para se destacar no mercado global – mas preocupa o clássico problema de aquisição de mão de obra, um gargalo tradicional de setores cuja tecnologia evolui rapidamente e, consequentemente, demanda constante atualização. "É um desafio preencher todas essas vagas em 2010. Tenho falado para o nosso pessoal aqui em Curitiba que a oportunidade é boa, querem que a gente cresça acima dos outros centros, mas nós precisamos entregar resultados. Será preciso, por exemplo, um novo escritório para comportar o volume de pessoas. É óbvio que se no fim do ano eu perceber que não consegui ampliar nossos serviços, eles vão redirecionar investimentos para a China."

Para dar conta desta nova demanda, uma saída possível será buscar profissionais fora do Paraná. Recife, Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre são cidades citadas por Depocas com potencial para fornecer profissionais à empresa curitibana. "A capacidade do brasileiro em achar soluções é boa, nós já somos reconhecidos por isso. Temos bons técnicos, falta ainda desenvolver melhor a língua inglesa, que é o idioma do dia a dia."

Novos custos

O novo alinhamento da produção concentrada no Brasil automaticamente aumenta os custos da multinacional, uma vez que cada funcionário brasileiro custa aproximadamente o dobro de um chinês ou indiano. Mas, segundo Depocas, esse aumento não preocupa a multinacional. "O Brasil nunca competiu com a Índia ou a China em termos de custo", diz, alegando que o profissional que se forma nos dois outros países é especializado em algum sistema, o que de certa forma o torna limitado. Umas das explicações para essa versatilidade brasileira é o ingresso adiantado no mercado de trabalho. "Aqui, começa-se a trabalhar com 18 anos para pagar a faculdade, estudando à noite. Na Índia, só se entra no mercado depois de formado." Ainda que mais caro que China e Índia, o Brasil é cerca de 30% mais barato que os países desenvolvidos.

Publicidade