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Petróleo

Sob pressão, Ibama deve responder sobre perfuração na foz do Amazonas apenas em 2024

Rodrigo Agostinho
Presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, diz que instituto priorizou análise de pedido da Petrobras para perfurar na região. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

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O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, anunciou que a resposta ao pedido da Petrobras para perfurar e prospectar petróleo na foz do rio Amazonas será divulgada apenas no início de 2024. A afirmação foi dada logo após uma reunião realizada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quarta (22), que teve também a participação da ministra Marina Silva (Meio Ambiente), entre outros membros do governo.

Agostinho disse que a equipe do Ibama está analisando o caso, mencionando que existem mais de cem processos da Petrobras em tramitação no órgão. A decisão sobre o lote 059 na Foz do Amazonas tem gerado divisões no governo Lula, envolvendo a ala ambiental e a política, além do Ministério de Minas e Energia.

“O Ibama está fazendo um trabalho prioritário em relação a isso. E, provavelmente, no começo do ano, a gente tenha alguma resposta relacionada a esse pedido específico. Nós ainda não temos uma conclusão disso, a gente sabe que a Petrobras continua realizando estudos”, disse a jornalistas.

O presidente Lula convocou a reunião para alinhar a posição do Brasil contra crimes ambientais antes da COP28, que será realizado a partir da próxima semana em Dubai, nos Emirados Árabes. O Ibama vem sendo pressionado pela ala política do governo para liberar o licenciamento.

Mas, também por organizações não governamentais para barrar a perfuração. Na sessão da CPI das ONGs no começo do mês, Agostinho admitiu que o Greenpeace questionou o licenciamento pedido pela Petrobras.

“O Ibama continua analisando o pedido da Petrobras, não foi por conta dos corais, não foi por conta do Greenpeace. A sociedade civil é livre para se manifestar a favor ou contra qualquer tipo de empreendimento”, disse.

A possibilidade de prospectar petróleo na Foz do Amazonas tem gerado controvérsias, evidenciadas pela negação inicial do Ibama em maio. A Petrobras solicitou reconsideração, apresentando novos documentos, incluindo propostas para mitigar impactos ambientais.

Ao mesmo tempo, a Advocacia-Geral da União (AGU) emitiu um parecer que permitiu avanço nos estudos, divergindo de posicionamentos anteriores. A ministra Marina Silva esclareceu que critérios técnicos guiarão a avaliação do pedido.

Mesmo sem a licença ambiental na foz do Amazonas, o governo federal já incluiu o empreendimento no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ao menos 47 projetos serão tocados pela Petrobras na Margem Equatorial e, destes, 19 estão localizados na área que inclui a foz do Rio Amazonas.

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