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Atividade cai ao menor nível desde janeiro; Haddad diz que resultado “preocupa”

"A atividade econômica do terceiro trimestre preocupa", disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. (Foto: Sebastião Moreira/EFE)

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Após dois meses em alta, a atividade econômica no país caiu 0,77% em agosto e atingiu o menor nível desde janeiro, já considerando o ajuste sazonal. Divulgado nesta sexta-feira (20) pelo Banco Central, o IBC-Br indica chances de queda do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, após altas nos dois primeiros períodos do ano.

A queda do IBC-Br no mês foi mais forte que a esperada por boa parte do mercado. A mediana das expectativas de economistas ouvidos pela agência Reuters, por exemplo, apontava para recuo de 0,30%. A coleta do ValorData, por sua vez, tinha mediana de -0,65%.

Haddad diz que atividade econômica "preocupa"

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta que a atividade econômica do terceiro trimestre "preocupa". "Isso já vem sendo sinalizado pela Fazenda desde o início do ano", disse a jornalistas. "Eu já dizia naquela época: nós estamos com a desaceleração forte", acrescentou.

No trimestre móvel junho-julho-agosto, a atividade encolheu 0,65% em relação ao período imediatamente anterior (março-abril-maio). No acumulado dos oito primeiros meses do ano, por sua vez, o IBC-Br acumula crescimento de 3,06% e, em 12 meses, de 2,82%.

Criado pelo BC para medir a "temperatura" da economia, o IBC-Br parte de um conjunto de dados mais limitado que o usado pelo IBGE para medir o PIB. No cálculo do BC entram somente informações da oferta (indústria, serviços e agropecuária), ao passo que o PIB também se vale de números da demanda (consumo das famílias e do governo, investimento produtivo e comércio exterior).

Ainda assim, o IBC-Br costuma ser chamado de "prévia do PIB" por ajudar a indicar os rumos da economia.

Economista fala em estagnação no segundo semestre

O economista Rodolfo Margato, da XP Investimentos, diz que os indicadores mais recentes da atividade econômica reforçam um cenário de estagnação neste segundo semestre.

"A dissipação do choque positivo da agricultura, as condições de crédito restritivas e certa acomodação no mercado de trabalho são alguns dos principais fatores por trás deste prognóstico", aponta Margato, em relatório.

O economista-chefe da plataforma Integral Group, Daniel Miraglia, vê um ponto positivo. Segundo ele, a desaceleração econômica é muito concentrada no setor de serviços, o que é "uma notícia boa para o cenário de desinflação da economia brasileira".

Assim, avalia, o Banco Central tem motivos para manter o ciclo de cortes da taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual por reunião. Esse foi o corte promovido nos dois últimos encontros do Comitê de Política Monetária (Copom), o que levou a Selic de 13,75% para o atual patamar de 12,75% ao ano.

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