O cálculo do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) passa a contar com informações do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). Os dados fornecidos pela Receita Federal renderão informações sobre o consumo das famílias, segundo Roberto Olinto Ramos, diretor de Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O Imposto de Renda Pessoa Física é uma novidade. Temos uma fonte adicional de dados muito rica e muito completa. Ele entra no gasto das famílias, remuneração, o que as pessoas têm de poupança, dividendos, a parte financeira”, afirmou Olinto. “Ainda não conseguimos tirar todo o potencial do Imposto de Renda, mas conseguimos ter um olhar melhor sobre a economia, sobre as famílias”, acrescentou.
O IBGE esclareceu nesta segunda-feira (9), as mudanças conduzidas no cálculo das Contas Nacionais. Uma das principais alterações se refere à classificação dos ativos fixos que entram na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Passam a entrar na conta dos investimentos: pesquisa e desenvolvimento, exploração e avaliação de recursos minerais, e software.
“O que antes eram apenas gastos passam a ser considerados como investimentos, como, por exemplo, a prospecção mineral”, apontou o diretor do IBGE. “Todo gasto de prospecção de petróleo ou mineral, dando certo ou não, gera conhecimento, então passa a ser considerado um ativo”, justificou.
Também estão entre as mudanças anunciadas o uso do Índice de Preços ao Produtor (IPP), que calcula a variação de preços dos produtos na porta de fábrica da indústria de transformação, e o tratamento das usinas termelétricas na atividade de energia elétrica.
Segundo o IBGE, o IPP (o indicador hoje limita-se à indústria de transformação, mas, ainda em 2015, passará a abranger também as indústrias extrativas) complementa informações para a produção, permitindo a análise integrada com o índice de volume e as variações de valor.
“Isso (o IPP) gerou uma fonte de dados muito importante e que foi totalmente incorporado às Contas Nacionais”, declarou Rebeca de La Rocque Palis, nomeada a nova coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Custo das termelétricas
Quanto às termelétricas, o acionamento ou desligamento dessas usinas modifica a relação entre custo e valor adicionado da atividade “Geração, Transmissão, Distribuição e Comercialização de Energia Elétrica”. De acordo com o IBGE, o valor adicionado da atividade é afetado tanto em valores constantes como em valores correntes.
“De 2010 para cá, o país vem utilizando muito as usinas termelétricas. Então tem uma modificação grande na estrutura da geração de energia. Tivemos que fazer um tratamento para captar essa mudança, é uma situação específica da economia brasileira, não tem nada a ver com o manual”, disse Rebeca.
Outras alterações incluem mudança no índice de volume da construção civil e da saúde pública, além do tratamento das sedes das empresas. O trabalho de mudança no cálculo das Contas Nacionais levou três anos para ser concluído. A primeira divulgação, que publicará os dados anuais de 2010 e 2011, com revisão da série até 2000, será na próxima quarta-feira, 11.
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