Rio A safra de grãos de 2007 deverá crescer 5,34% ante 2006, para 122,39 milhões de toneladas, segundo a primeira estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano, divulgada ontem. A área plantada deverá registrar uma redução de 6,05% em 2007 diante de 2006. O primeiro prognóstico de produção e área da safra 2007 foi realizado em outubro nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, e nos estados de Rondônia, Maranhão, Piauí e Bahia.
De acordo com o IBGE, para a estimativa da produção nacional em 2007, somaram-se os valores levantados nas regiões e estados onde a pesquisa foi realizada com os valores encontrados numa projeção, que foi efetuada tomando-se como base as informações de anos anteriores para as culturas de inverno (aveia, centeio, cevada e trigo).
O aumento de 5,34% previsto para a safra 2007 em relação à produção obtida em 2006 decorre especialmente da melhoria de preços dos produtos agrícolas neste segundo semestre e das boas condições climáticas, explica o técnico do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, Paulo Renato Corrêa. A safra prevista para 2007, de 122,39 milhões de toneladas, ainda estará abaixo da safra recorde alcançada no país em 2003 (123,63 milhões de toneladas), impulsionada pelas boas condições climáticas e a desvalorização do real.
Corrêa avalia que a descapitalização dos produtores após os prejuízos com os problemas climáticos nas safras 2004 e 2005 impedirão um maior crescimento da próxima safra. Segundo ele, aos problemas do clima juntaram-se os preços baixos, acentuados pelo real valorizado, e a redução de crédito disponível para os produtores. "Com o câmbio os fertilizantes ficaram com os preços altos, enquanto os preços dos produtos agrícolas mantiveram-se mais baixos ou estáveis", disse.
Em 2007, segundo Corrêa, "a recuperação dos níveis de preços é o que explica a perspectiva de aumento da safra em geral".