Entre os dez grupos avaliados pela Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em fevereiro, apenas três tiveram alta no volume de vendas, na comparação com janeiro: tecidos, vestuário e calçados (1,4%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,4%) e combustíveis e lubrificantes (0,1%).
Já entre as principais variações negativas estão: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,3%), artigos farmacêuticos, médicos e perfumaria (1,4%) e material de construção (1,5%).
Por outro lado, na comparação com fevereiro de 2010, todos as atividades mostram alta no volume de vendas. O índice geral do varejo teve alta de 8,2% nessa comparação. A média móvel trimestral teve variação de 0,2%, ante 0,64% em janeiro, indicando, para o IBGE, um retrato mais fiel do arrefecimento das vendas do que a queda em fevereiro, ante janeiro, de 0,4%.
"A gente não pode dizer que há aqui uma inflexão, uma tendência de queda em fevereiro, vide a média móvel trimestral. Temos que aguardar os próximos meses, até porque a renda continua em alta e o emprego, estável", avaliou Reinaldo Pereira, técnico do IBGE responsável pela Pesquisa Mensal de Comércio.
Para ele, as medidas macroprudenciais do governo para desacelerar o consumo já começam a mostrar efeitos em alguns segmentos, como o de veículos e motos, partes e peças, que teve o segundo resultado negativo consecutivo: as vendas caíram 1,1% em fevereiro em relação a janeiro.
No entanto, Pereira não acredita que as novas medidas do governo como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para o crédito para pessoa física, terão efeito forte sobre as vendas do comércio nos próximos meses. "O brasileiro não costuma observar os impostos. A decisão de comprar está ligada ao fato de a prestação de um financiamento caber ou não no seu orçamento", afirmou.
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