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São Paulo – Não existe almoço grátis. Foi com essa afirmação taxativa que o diretor de iniciativas estratégicas da IBM, Haroldo Hoffman, anunciou o investimento de R$ 2,2 milhões para expandir seu Centro de Tecnologia Linux no Brasil. Trata-se de mais um exemplo do pragmatismo que a comunidade Linux vem adotando nos últimos meses. Jeff Smith, vice-presidente da divisão de desenvolvimento de programas para Linux e outros sistemas de código aberto na IBM, chegou a dizer que o termo "software livre" é incorreto, já que programas totalmente gratuitos são exceções. "A diferença é que o foco do desenvolvimento no código aberto está na melhoria constante da usabilidade", explica. E conclui: "O sucesso do Linux deve-se ao fato de o sistema estar baseado em uma comunidade de revendas, indivíduos e organizações e não sob a responsabilidade de uma única corporação".

O aporte milionário da IBM servirá para a construção de um laboratório de desenvolvimento Linux em Hortolândia, no interior de São Paulo. A IBM já possuía um laboratório Linux em Campinas, onde trabalham 10 profissionais. Com a nova sede, o número de funcionários especializados no sistema de código aberto aumentará para 45. "Não acreditamos em uma guerra entre empresas de código aberto e fechado. A própria IBM continua trabalhando em softwares proprietários ao mesmo tempo em que é a maior apoiadora da comunidade Linux no mundo", sentencia Smith.

Tendo em vista o cenário da LinuxWorld, o misto de conferência e exposição que ocorreu na semana passada em São Paulo, o executivo da "Gigante Azul" não poderia estar mais correto. Além da IBM, estavam presentes outras grandes corporações da TI, como Intel, HP, Motorola e até Microsoft.

Já na própria seara do código aberto, a Red Hat, maior empresa do mundo em soluções open source para o mercado corporativo, anunciou no evento a abertura de dois escritórios na América do Sul, adquirindo as operações locais do seu distribuidor. Sua concorrente direta, a Mandriva Conectiva, de Curitiba, também estava presente nas conferências da LinuxWorld, com palestras de seus profissionais.

O diretor-pesidente da Companhia de Informática do Paraná (Celepar), Marcos Mazoni, aproveitou o evento para falar sobre redes heterogêneas. O mesmo tema também foi abordado por executivos da Microsoft, que defenderam a co-existência Linux-Windows. A Rede Paranaense de Comunicação (RPC) esteve representada por integrantes de seu departamento de TI, que apresentaram a intranet da empresa, totalmente desenvolvida em código aberto. A solução da RPC conquistou o Troféu Bronze na categoria corporativa do Prêmio Abanet/MSN, em dezembro passado.

Essa foi a primeira vez que a LinuxWorld aconteceu no Brasil. O evento, surgido na década de 90 em San Francisco, já ocorre em 19 países e ganhou o status de principal feira do sistema de código aberto voltada para o mundo corporativo.

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