A Bovespa avançou nesta segunda-feira (15), apoiada no clima positivo dos mercados externos após dados econômicos melhores que o esperado nos Estados Unidos e China e diante de crescentes apostas de um resgate espanhol. O Ibovespa subiu 0,74%, a 59.601 pontos. O giro financeiro do pregão foi de R$ 10 bilhões, inflado pelo vencimento de opções sobre ações, que movimentou R$ 3,25 bilhões, segundo operadores.
Investidores reagiram bem ao crescimento acima do esperado das vendas no varejo dos Estados Unidos no terceiro trimestre e à forte expansão das exportações chinesas em setembro.
Em Wall Street, o índice Dow Jones subiu 0,72 por cento e o S&P 500 avançou 0,81 por cento, refletindo também resultados melhores que o esperado do Citigroup. Mais cedo, o principal índice europeu de ações subiu 0,46 por cento.
Mas o cenário global continuava a inspirar cautela. "Apesar do otimismo com a economia chinesa, os investidores ainda estão se mostrando um pouco mais cautelosos", disse Gabriel Ribeiro, membro da equipe de análise da Um Investimentos em São Paulo.
Segundo ele, as incertezas com os rumos da crise da zona do euro e com as eleições nos Estados Unidos são fatores que limitam o apetite de investidores por ativos de risco.
Esse ambiente de maior cautela tem se refletido no comportamento do Ibovespa nas duas últimas semanas, com o índice "travado" no intervalo entre 59.700 e 58.100 pontos, segundo o analista técnico Daniel Marques, da Ágora Corretora no Rio de Janeiro.
"Estamos numa fase de indefinição, o mercado voltou a não ter uma direção clara", disse Marques. "Apesar de acreditar que existe chance maior de rompimento para cima, ainda não acho que é o momento de entrar na bolsa."
Nesta sessão, as ações preferenciais da siderúrgica Usiminas e da petroleira estatal Petrobras ajudaram a sustentar o índice no campo positivo, com alta de 5,44 e 1,33 por cento, respectivamente.
Ainda no setor de petróleo, OGX subiu 0,88 por cento, a 5,71 reais. Já a mineradora Vale encerrou o dia praticamente estável, a 36,21 reais.
Ultrapar e Cosan, que atuam no segmento de distribuição de combustíveis, lideraram as perdas do Ibovespa, com queda de 7,17 e 4,51 por cento, nesta ordem.
Segundo operadores, o tombo dos papéis foi reflexo de temores de que o governo pressione as distribuidoras para reduzir o preço de combustíveis na bomba.
Fora do Ibovespa, destaque para as ações da petroleira HRT, que dispararam 19,28 por cento, a 5,32 reais. A companhia firmou protocolo com a Petrobras para monetização do gás encontrado na bacia do Solimões (AM).