A Bovespa fechou em queda nesta terça-feira, 9, no menor nível de pontos desde 31 de março deste ano, em meio ao mau humor dos investidores com a situação econômica do País. A aversão ao risco que tomou conta dos mercados internacionais, após o governo chinês anunciar uma medida sobre bônus corporativos, também contribuiu para as perdas da bolsa brasileira.
No fim do pregão, o Ibovespa caiu 0,16%, para 50.193,47 pontos. Na máxima, a bolsa atingiu 50.260 pontos (-0,03%) e, na mínima, 49.396 pontos (-1,75%). O giro de negócios somou R$ 6,426 bilhões, segundo dados preliminares. No ano, o Ibovespa acumula perda de 8,28% e, no mês, baixa de 2,55%.
A bolsa abriu o pregão interno em baixa, conduzida pelo forte recuo das ações da Petrobras e da Vale e em sintonia com o mau humor generalizado visto nos índices acionários internacionais. A aversão ao risco teve início na Ásia, durante a madrugada, com o anúncio do governo chinês de mais restrições no uso de bônus corporativos como garantia, uma medida que, na prática, reduz a liquidez. A ação levou o índice Xangai Composto, da bolsa chinesa, a registrar a maior queda desde 31 de agosto de 2009.
As perdas na Ásia contaminaram o sentimento das bolsas europeias, que também foram afetadas por tensões políticas na Grécia, pela constante queda no preço do petróleo e por dados fracos do Reino Unido e da Alemanha. O governo grego anunciou na segunda-feira que vai antecipar a votação parlamentar para presidente para 17 de dezembro, dois meses antes do previsto. O novo representante vai substituir o chefe de Estado Karolos Papoulias, cujo mandato de cinco anos deveria terminar em março. Se o Parlamento não conseguir escolher um novo presidente, serão realizadas eleições gerais, provavelmente em fevereiro. O índice da bolsa de Atenas, o Athex, caiu 12,78%, para 902,84 pontos, liderando as baixas nos mercados acionários da região. Londres (-2,14%), Paris, (-2,55%) e Frankfurt (-2,21%).
Em Nova York, as bolsas caíram, seguindo os declínios dos mercados europeus e asiáticos. Os negócios em Wall Street também foram afetados pela notícia de que dirigentes do Federal Reserve estariam considerando retirar a expressão "tempo considerável" para a manutenção das taxas de juros dos EUA em níveis próximos de zero, na reunião de política monetária marcada para a próxima semana, segundo o colunista do The Wall Street Journal e especialista no BC norte-americano, Jon Hilsenrath.
Durante a tarde, o Ibovespa se recuperou um pouco das perdas, recebendo suporte, principalmente, das ações de bancos. Segundo operadores, depois do recuo registrado ontem, quando o Ibovespa rompeu um ponto gráfico importante, entraram compras que impediram o índice de cair abaixo de outro nível gráfico, de 49 mil pontos.
No fechamento, as ações PN do Bradesco subiram 2,33%, impulsionadas pela informação de que a diretoria do banco propôs ao conselho o pagamento de juros sobre o capital próprio complementares aos acionistas, no valor de R$ 2,600 bilhões, sendo R$ 0,590325 brutos por ação ordinária e R$ 0,649358 por preferencial. Os papéis PN do Itaú Unibanco seguiram a tendência e avançaram 0,39%.
Do lado negativo, as ações da Petrobras e da Vale fecharam no vermelho. As ações da estatal foram pressionadas pelo agravamento da situação da empresa, em meio à queda do petróleo e à notícia de que a estatal é alvo de uma ação coletiva de detentores de ADRs na Corte de Nova York. Petrobras ON e Petrobras PN recuaram 1,59% e 1,22%, respectivamente.
As ações da Vale caíram 2,33% (PNA) e 2,27% (ON), reagindo à trajetória de baixa do preço do minério de ferro. Nesta terça-feira, o preço da commodity cedeu 0,4% no mercado à vista chinês, para US$ 69,4 a tonelada.