A bolsa brasileira encerrou a quinta-feira em forte baixa em um dia em que a aversão ao risco imperou nos principais mercados do mundo. Esse foi o quarto recuo seguido, sendo que na semana a queda acumulada é de 6,9 por cento.
O Ibovespa despencou 4,83 por cento, a 53.280 pontos, a maior queda desde 8 de agosto, quando caiu 8,08 por cento. O giro financeiro deste pregão foi de 8 bilhões de reais.
O cenário ruim continuou no centro das atenções de investidores, principalmente após o comunicado da véspera do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, que alertou sobre o risco "significativo" para a economia dos EUA e anunciou um programa para direcionar seu balanço de 2,85 trilhões de dólares mais fortemente a ativos de prazo mais longo, operação chamada de "twist".
O operador de renda variável Rafael Dornaus, da corretora Hemcorp Commcor, considerou que há uma aversão ao risco "generalizada" no mercado, e lembrou que a única medida anunciada pelo Fed já era esperada.
"A percepção é que a operação 'twist' já tinha sido precificada, e no comunicado o Fed anunciou só isso, deu 'downgrade' na perspectiva econômica e não se propôs a fazer mais nada", ressaltou.
Para Dornaus, a preocupação com os bancos europeus também influenciaram. "A discussão na Grécia (sobre o risco de default) continua no foco, mas o que influencia mais é a pressão nos bancos."
A aversão ao risco fez com que nenhuma ação do Ibovespa registrasse alta nesta sessão. A maior queda ficou com os papéis da Marfrig, de 8,84 por cento, a 6,29 reais.
O papel da TAM aparece em seguida, com recuo de 8,48 por cento, a 6,29 reais, um dia após a aprovação, com ressalvas, da fusão com a LAN pelo órgão antitruste do Chile.
A menor queda do Ibovespa foi da preferencial da Telemar Norte Leste, com perdas de 1,41 por cento, a 18,92 reais.
O maior volume financeiro foi registrado pelas preferenciais classe A da Vale, de 1,2 bilhão de reais, que caiu 4,3 por cento, a 41,58 reais.