A Bolsa de Valores está em queda nesta segunda-feira após a reeleição da presidente Dilma Rousseff no domingo, com investidores preferindo a ponta vendedora enquanto aguardam novidades sobre como a petista vai lidar com desafios relevantes no campo econômico em seu segundo mandato.
Às 12h04, o Ibovespa perdia 3,24%, a 50.713 pontos, pressionado pelas ações da Petrobras e de bancos. Na mínima, o principal índice da bolsa brasileira chegou a 50.653 pontos.
De acordo com profissionais do mercado, o Ibovespa abandonou a mínima diante da avaliação de alguns investidores de que o Ibovespa em dólar estaria em um patamar barato. No ano, em dólar, o índice acumula um declínio superior a 10%, considerando também o desempenho desta segunda.
O volume financeiro nesta sessão alcançava 7 bilhões de reais.
"Houve um ajuste na semana passada, mas a correção ainda deve continuar. A economia está muito mal, o quadro fiscal é péssimo e o mercado externo tem um risco crescendo, fora o risco de racionamento (de energia) no ano que vem", disse o gestor Eduardo Roche, da Canepa Asset Management.
Em outubro até o dia 24, última sessão antes da votação do segundo turno, o Ibovespa acumulava declínio de 4%.
Dilma venceu com 51,6% dos votos válidos, contra 48,4% do candidato do PSDB, Aécio Neves. O placar foi mais apertado até do que o da eleição de 1989, quando Fernando Collor de Mello (PRN) derrotou Lula por 53,03 a 46,97%.
O analista Marco Aurélio Barbosa, da CM Capital Markets, disse que há vários pontos na agenda econômica (política fiscal e monetária) e política (reforma política e combate à corrupção) que devem nortear as ações do governo nessa virada de mandato, e podem ser decisivos para o mercado financeiro.
"Se o governo agir rápido, pode retomar um certo nível de confiança reduzindo a volatilidade e abrido espaço para a retomada dos investimentos", escreveu ele em nota a clientes.
Roche, da Canepa, avalia, porém, que "o benefício da dúvida é certamente contra o atual governo". Ele prevê "tempos difíceis" pela frente e risco de a bolsa ficar "de lado" após quedas expressivas ao longo de outubro.
Entre as ações a pressionar o índice neste pregão, a queda dos papéis da Petrobras ultrapassava os dois dígitos, assim como os de outra estatal, a Eletrobras.
Muitas outras ações também sofreram com a visão mais pessimista traçada por economistas para o país no curto prazo, como as dos bancos privados Itaú e Bradesco e de empresas do setor imobiliário.
A alta do dólar decorrente da aversão amparava ganhos de empresas como Fibira, Suzando e Braskem, que têm as receitas influenciadas por exportações.
Da safra de balanços, Hypermarcas reportou na sexta-feira à noite lucro líquido de 118,8 milhões de reais no terceiro trimestre, alta de 48,1% na comparação anual.
Tractebel Energia, maior geradora privada de energia do país, divulgou na sexta-feira, também após o fechamento do mercado, alta de 34% no lucro do terceiro trimestre, resultado bem acima do esperado pelo mercado.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast