Curitiba teve em abril a maior alta de preços do país medida pelo IPCA-15, prévia do índice usado para estabelecer a meta de inflação no país. A alta foi de 1,79%, refletindo a elevação extraordinária no preço da energia elétrica e o aumento no Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que começou a valer em abril. Este foi o segundo mês consecutivo em que a cidade teve o índice mais alto entre as 11 áreas pesquisadas pelo IBGE.
A média nacional do IPCA-15 foi de 1,07%, menor do que o 1,24% registrado em março. No ano, a inflação acumulada já é de 4,61%, acima do centro da meta de inflação, que é de 4,5%. A alta nos últimos 12 meses foi de 8,22%, também acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central, que é de 6,5%.
O segmento que mais pesou na inflação no Brasil foi o de habitação, com alta de 3,66%. Ele traz embutido o reajuste extraordinmário da energia elétrica, que passou de 20% na maioria das capitais e, sozinho, responde por um terço da inflação entre a segunda quinzena de março e a primeira quinzena de abril. A segunda maior alta foi no segmento de alimentação e bebidas (1,04%, abaixo do 1,22% de março), seguida da área de vestuário (0,94%)
Em somente três das dez capitais pesquisadas houve aceleração da inflação, entre elas Curitiba – na cidade, o índice passou de 1,72% para 1,79%. No ano, a capital paranaense tem a segunda maior inflação acumulada no país: 5,41%. A maior alta foi no Rio de Janeiro, com 5,43%.
A elevação de preços em Curitiba foi mais dispersa do que na média nacional. Além de uma elevação forte nos custos relacionados à residência (5,94%, influenciada pelo reajuste extraordinário de 31,86% na energia elétrica, o maior entre as capitais pesquisadas), os preços de alimentos e bebidas (1,64%), vestuário (1,63%), saúde e cuidados pessoais (1,33%) e serviços pessoais (1,55%) subiram mais rapidamente do que no resto do país.
A inflação maior em Curitiba já era esperada pelo varejo, já que houve um aumento na alíquota de ICMS de mais de 100 mil produtos no início de abril – o imposto passou de 12% para 18% em itens de alimentação, higiene pessoal, papelaria, vestuário, entre outros. Segundo contas do setor produtivo, esse aumento deve custar perto de R$ 1 bilhão ao consumidor paranaense ao longo de um ano.