Os custos médico-hospitalares dos planos de saúde individuais que representam 20,5% do total do mercado, ou quase 10 milhões de brasileiros, sendo 702.841 paranaenses cresceram 16,4% nos doze meses encerrados em junho de 2012 na comparação com igual período do ano anterior. O dado inédito foi calculado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), entidade vinculada a seis das principais operadoras (Amil, Golden Cross, SulAmérica, Bradesco, Intermédica e OdontoPrev), e representa um aumento 2,7 vezes maior que a variação da inflação medida pelo IPCA no período, de 6,1%.
O chamado Índice Variação de Custos Médico-Hospitalares (VCMH) registrou nesta edição o valor mais alto desde 2007, quando começou a medição pelo IESS. Para o cálculo do indicador são levadas em conta despesas per capita que as operadoras têm com consultas, exames, terapias e internações de beneficiários em planos individuais de saúde.
A variação dos custos médicos, de acordo com o IESS, é historicamente maior que a da inflação como um todo em diversos países. Apesar disso, o instituto destacou que nunca houve uma diferença tão alta quanto a registrada agora, de mais de 10 pontos porcentuais.
O avanço se deu principalmente pelo aumento de 16,6% nas despesas com internações, seguido da alta de 15,1% nos custos com terapia, de 13,3% nos de consultas e 9,8% nos de exames.
Segundo o IESS, pesam para o aumento dos custos não só a alta de preços de produtos associados aos serviços de saúde prestados, mas também a frequência de utilização por parte dos beneficiários dos planos questão influenciada diretamente pelo envelhecimento crescente da população brasileira.
Isso ocorre porque no sistema atual de saúde suplementar, uma base de jovens e adultos (30,9 milhões de pessoas) sustenta os gastos de crianças e idosos (17,7 milhões), grupos que mais usam os convênios. A amostra do IESS demonstra que dentro dos planos de saúde a proporção de idosos é ainda maior que na população em geral: 23,5% dos usuários têm mais de 59 anos, contra 10,8% do geral pelo Censo 2010.
Gasto médio
Dados da ANS indicam que a despesa assistencial anual dos planos de saúde como um todo passou de um montante de R$ 42 bilhões em 2007 para R$ 69 bilhões em 2011. Por pessoa, isso significa um avanço de 15,5% no gasto médio por internação, de R$ 3,219,56 para R$ 4.992,15.
Impacto
Embora a ANS tenha uma metodologia própria para a definição do teto do reajuste dos planos individuais todos os anos, ele também tem ficado, desde 2000, acima da inflação dos 12 meses anteriores (acompanhe no gráfico). Para 2013, a agência diz que ainda não tem previsão para a divulgação do reajuste, muito menos estimativas. Nos últimos anos, o anúncio ocorreu entre os meses de abril e junho.
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