As pessoas na faixa dos 60 e 79 anos não vêem mais a aposentadoria como um período de completo descanso ou dependência. Elas estão mais ativas, menos dependentes e contribuem muito para a sociedade e para suas famílias. Estas são as conclusões do terceiro estudo "O Futuro da Aposentadoria A Nova Terceira Idade", publicado ontem pelo Fórum Global do Envelhecimento e Aposentadoria do Grupo HSBC em parceria com o Instituto do Envelhecimento de Oxford. Para o presidente mundial do HSBC, Stephen Green, é possível afirmar que "ter 70 anos, hoje em dia, representa o mesmo que ter 50, 20 anos atrás".
A pesquisa consultou 21 mil pessoas, de 40 a 79 anos, em 21 países e territórios de cinco continentes. No Brasil, foram 1.001 entrevistados. Entre os que têm de 60 a 79 anos, 93% se descreveram com razoável, boa ou muito boa saúde, enquanto no resto do mundo este índice ficou em 86%. Outro dado relevante da pesquisa comprova que 71% dos brasileiros gostariam de continuar trabalhando o máximo possível, até quando se sentirem aptos para isso, e não simplesmente por terem atingido uma idade limite. Isso mostra que as pessoas não querem se aposentar precocemente.
Apesar disso, há uma nítida relação entre a idade e o trabalho. Em todo o mundo, enquanto 11% das pessoas com 70 anos têm algum tipo de trabalho remunerado, o número sobe para 34% dos indivíduos com 60 anos, para 67% daqueles com 50 anos, e para 75% dos indivíduos com 40 anos. De todos os estudados, cerca de um terço fazem também trabalho voluntário ou fizeram no passado. Outro dado que mostra a atividade dos mais velhos é que 41% das pessoas com 40 e 50 anos e um terço daquelas entre os 60 e 70 têm prestado assistência financeira a parentes ou amigos nos últimos seis meses.
Em comparação com o restante do mundo, o brasileiro é o que mais tem preocupação em ajudar a família. Do total entrevistado, 93% das pessoas com mais idade contam que vão ajudar seus filhos, contra 70% no resto do mundo. A ajuda na via contrária também é grande, pois 94% do total contam que vão ajudar os pais quando estes ficarem velhos, contra 80% na média mundial. "Isso mostra que a família continua sendo um importante pilar na realização pessoal do brasileiro", diz Marcelo Teixeira, diretor-geral do HSBC Vida e Previdência. Além disso, o estudo mostrou que, em todo o mundo, as pessoas na faixa dos 60 e 70 anos se sentem em forma e com disposição, saudáveis e no controle de suas vidas. Com essa boa qualidade de vida, elas contribuem para a sociedade e para suas famílias.