Rio (AE) O Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) atingiu em 2005 a menor taxa anual de sua série histórica, iniciada em 1989, e fechou em apenas 1,21% no ano, resultado dez vezes inferior ao registrado em 2004 (12,41%). Usado para reajustar tarifas de aluguel e de energia elétrica, o indicador foi beneficiado pela intensa valorização do real ante o dólar este ano, que puxou para baixo os preços de produtos relacionados à cotação da moeda norte-americana.
Porém, mesmo com a influência favorável do câmbio, a marca histórica do indicador só foi alcançada graças a um fator decisivo: a taxa mensal do IGP-M de dezembro, que registrou queda de 0,01%, influenciada pela deflação nos preços dos combustíveis no atacado (2,90%). Graças à valorização cambial, foram registradas em 2005 o maior número de deflações mensais do IGP-M na história do indicador, segundo informou ontem o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. "Foram seis quedas mensais no IGP-M; em número de deflações, esse ano superou todos os anteriores", disse o economista.
No entanto, Quadros comentou que a pequena elevação de 1,21% em 2005, na verdade, é "um momento passageiro" na inflação e não deve constituir tendência sustentável. Quadros não acredita que uma taxa anual tão baixa possa se repetir tão cedo. Isso porque foi provocada por uma valorização cambial fortíssima, que não deve se repetir. "Do final de 2004 até setembro de 2005, período mais forte da valorização cambial, o dólar caiu em torno de 20%. É muita coisa", disse o economista.
Boa notícia
Para o economista do Instituto Fecomércio-RJ, João Carlos Gomes, o IGP-M baixo em 2005 é uma boa notícia para a inflação em 2006. Isso porque a taxa acumulada do indicador é usada para reajustar preços administrados de peso, como aluguel, energia elétrica e mensalidade de TV a cabo. Por isso, como o IGP-M de 2005 registrou taxa reduzida, os reajustes nesse tipo de preço serão menores no próximo ano.
"Esta é uma boa indicação para o rumo dos preços administrados em 2006, à medida que os próximos reajustes tendem a ser menores do que os observados este ano", afirmou Gomes. O economista da FGV tem a mesma posição. "Por subirem muito acima da inflação, todo o ano, os administrados são apontados como os vilões da inflação. Agora, eles serão os mocinhos", brincou Quadros.
Ao detalhar o comportamento da inflação em 2005, medida pelo IGP-M, Quadros considerou que houve duas forças atuando na inflação em 2005. De um lado, os preços administrados, principalmente combustíveis, puxando os preços para cima; e do outro lado, alimentos e produtos diretamente influenciados pelo dólar puxando os preços para baixo.
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