São Paulo – O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) encerrou dezembro com inflação de 0,32%, acumulando no ano taxa de 3,83%, a terceira menor da história, segundo dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em 2007, no entanto, o índice deve mostrar leve aceleração em relação a este ano, de acordo com a estimativa feita pelo coordenador de análises econômicas da FGV, Salomão Quadros. Ele acredita que o índice encerre o próximo ano exibindo uma taxa de 4%.

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Para chegar a esta projeção, Quadros partiu de premissas de que os preços no atacado (IPA) subirão 4,7% em 2007 e de que os índices de preços ao consumidor (IPC) e o de construção civil (INCC) terão alta de 3,0%. "O IGP-M está mais para 4% e não para 4,3% como mostra a mediana da Focus ou mesmo 4,5% como escuto de alguns analistas", afirmou.

Normalidade

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Para Quadros, a alta de 3,83% vista este ano é uma volta da inflação à normalidade e não um descontrole. "Aritmeticamente, a inflação de 2006 foi o triplo da de 2005 (1,21%), mas esta não é a avaliação mais correta. Além disso, a taxa atual não preocupa o Banco Central", disse. Segundo ele, os preços devem continuar a subir entre 3,5% e 4,0% em média por ano porque a economia brasileira ainda tem indexações.

Especificamente para o primeiro mês do ano, Quadros não soube fazer uma previsão mais exata, ainda que tenha afirmado que dificilmente o resultado de janeiro repetirá o índice observado no mesmo mês deste ano, de 0,92%. "A taxa deve ficar um pouco acima da vista em dezembro (0,32%) por causa do impacto das mensalidades escolares no IPC-M, mas como Alimentação tem mostrado desaceleração e este é um grupo muito volátil, é difícil fazer uma previsão mais exata", comentou.

O coordenador destacou ainda que o impacto de alta dos Transportes vista este mês já não será verificada em janeiro porque a pressão do aumento dos preços das tarifas dos transportes públicos no Rio e em São Paulo ficou restrita a dezembro.