O fluxo líquido de capitais do setor privado para as 30 principais economias emergentes deve cair dramaticamente em 2009 de acordo com estimativa do Instituto Internacional de Finanças (IIF, sigla em inglês), por causa da desaceleração econômica global. Por conta dessa redução, a entidade pediu que o Fundo Monetário Internacional (FMI) redobre os esforços para oferecer crédito a esses países.
O IIF prevê que o fluxo de capitais privados deverá recuar 65%, para US$ 165 bilhões, em 2009, de US$ 466 bilhões em 2008. Em outubro, o instituto previa um valor de US$ 562 bilhões para este ano. Em 2007, o movimento foi de US$ 929 bilhões.
A forte redução nas estimativas do IIF levou a instituição a pedir que o FMI relaxe mais as regras para concessão de empréstimos, ecoando os comentários de autoridades do Tesouro nos EUA. "Os recursos do FMI precisam ser expandidos e sua abordagem modificada para fornecer financiamento aos mercados emergentes, que vivem uma crise que não foi provocada por eles", disse William Rhodes, executivo do IIF. A entidade advoga linhas de crédito de dois anos em vez dos programas de curto prazo colocados em prática no final de outubro e também propõe que os países tenham direito a uma cota de financiamento que seja o dobro da atual.
Sobre como custear o financiamento aos emergentes, Rhodes e o diretor-gerente do IIF, Charles Dallara, observaram que o Japão se dispôs a destinar US$ 100 milhões, mas que países como a China, entre outros, poderiam também ser chamados a contribuir.
O IIF também estimou uma queda expressiva no investimento direto nos emergentes, para US$ 197,5 bilhões, de US$ 263,4 bilhões em 2008. Com relação ao ao Produto Interno Bruto (PIB), o IIF prevê crescimento médio de 2,7% nas economias emergentes em 2009, ante 5,7% no ano passado.