Empresários do setor têxtil driblam a crise financeira mundial e esperam aumento de 30% nas vendas na 25ª Feira de Malhas de Imbituva, nos Campos Gerais. A pequena cidade de 28 mil habitantes, a partir do dia 23 de abril contará com a visita de aproximadamente 40 mil clientes do Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Fortes parcerias com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), e ações em conjunto entre os membros do Arranjo Produtivo Local (APL) foram saídas encontradas para oferecer produtos de melhor qualidade e com isso, mais competitivos no mercado.
Nos dez dias de feira no Pavilhão Francisco Barros, na entrada da cidade de Imbituva, as malharias esperam vender cerca de 400 mil peças de roupas de inverno em tricô. Ariel Neiverth, coordenador da APL, comenta que consultorias de modelagens, estilismo e planejamento de coleção incrementaram o processo de produção e criaram diferenciais de acabamento, o que justificaria o aumento na expectativa de vendas.
Segundo Neiverth, o crédito pelo Banco do Brasil com o programa de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS), ajudou os empresários a investir mais em suas malharias. Foi o caso do empresário Leandro de Andrade, que adquiriu uma máquina de R$ 150 mil no mês de outubro do ano passado, em meio à crise financeira. "Atualmente, está fácil de conseguir crédito nesse ramo. Investimos em tecnologia, ganhamos em tempo de produção, sem precisar demitir funcionários" avalia.
As malharias de Imbituva empregam atualmente 800 pessoas. É gente como Eleovaine Crikoski, que faz acabamento nas roupas, e Daiane de Souza, que ontem arrumava as vitrines de uma das malharias. Mesmo assim, as empresas precisam de mais mão de obra. As empresas usam bordados feitos em Ponta Grossa, bordados artesanais feitos em Irati, enquanto que parte da lavanderia e da estamparia é feita na capital. A cidade tem 41 malharias, que confeccionam entre 50 e 300 peças por dia.
Gilson Bobato, empresário do setor, acredita que a grande procura dos representantes comerciais nos meses de fevereiro e março levam a crer que o evento será um sucesso. "Não podemos comparar os produtos confeccionados há três anos com os fabricados atualmente. Se não tivéssemos nos preparados, com certeza sentiríamos o impacto da crise", comenta.
Para Ariel Neiverth, que está no ramo há 30 anos, as parcerias foram fundamentais na atualização de conhecimento para a fabricação de roupas. "Isso foi possível graças ao auxilio do Senai e Sebrae. A prefeitura também busca fazer o possível para transformar a cidade na Capital Paranaense do Tricô, com a escola profissionalizante para costureiras", observa.
Membros da APL e da Associação de Malharias de Imbituva agem como uma cooperativa. Compram e usam serviços em conjunto, conseguindo preços melhores para a matéria prima e transporte de mercadorias. "Com a Central de Negócios, temos dia certo para passarmos o que precisamos e a associação se encarrega de negociar e comprar por um preço mais baixo, pois a demanda de compra é maior e por isso favorece o desconto em fios e botões", avalia.