O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, classificou de "situação emergencial" o rompimento do oleoduto por causa das chuvas na região do Chaco, na Bolívia. Gabrielli disse que a Petrobras teve que reduzir a produção de gás na Bolívia, mas afirmou que o impacto no mercado brasileiro será "praticamente nulo".
- Tentamos minimizar o impacto geral deste efeito de redução de gás no Brasil, tentando absorver no âmbito interno da Petrobras o maior impacto possível desta redução da produção - disse Gabrielli.
Segundo ele, a Petrobras procurou intervir rapidamente para viabilizar a recuperação do oleoduto no curto prazo. O trabalho vai levar 30 dias.
O executivo destacou que o país ainda é muito dependente da Bolívia mas que, no longo prazo, esse cenário pode ser alterado.
- No horizonte que temos hoje, analisando as reservas que temos no Brasil, os volumes descobertos no Brasil, e os desafios que têm que ser superados para construção de um gasoduto para a Venezuela, nós não podemos dispensar o gás da Bolívia - disse.
Gabrielli explicou que a alternativa em caso de um eventual agravamento de crise na Bolívia seria a implantação de uma estrutura de gás liquefeito no país. "Mas isso seria um projeto caro, de custo elevado...mas com uma crise incontornável, é uma alternativa viável", declarou.
A estrutura contaria com uma planta de gaseificação para transformar em gás o combustível liquefeito importado. Gabrielli informou que o mercado de gás natural liquefeito corresponde a 13% da produção mundial do combustível, cuja base forte é no Catar, no sudoeste asiático.
O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, informou no início da noite desta terça-feira, por meio de sua assessoria de imprensa, que as obras do duto alternativo que está sendo construído pela Petrobras, para o transporte de gás natural da região de Chaco, estão com bom andamento. Segundo relato da Petrobras citado pelo ministro, o desvio deverá ficar pronto na próxima quinta-feira, o que evitará a redução do fornecimento do gás para as distribuidoras. Estão sendo fornecidos atualmente 21 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural.