O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que a decisão da China de caminhar para a maior flexibilização do yuan, permitindo que a moeda se valorize, é um bom começo, mas o seu impacto para o equilíbrio cambial mundial vai depender da velocidade com que isso será feito. O ministro disse que a variação de 3% na moeda chinesa por ano, como projetada ontem pelo mercado financeiro, não trará grandes repercussões para o Brasil.
Segundo ele, o ideal que resolveria o problema seria uma valorização mais rápida, em que a China deixasse o câmbio flutuar. "Eu vi projeções de 3% ao ano e de 15% em três anos. É muito pouco para ter um efeito agora", disse.
Ele ponderou, no entanto, que é um bom começo a China se dispor a abrir essa questão. "Hoje nós temos desequilíbrio e há prejuízos para os países que deixam o câmbio livre."
Europa
O ministro mostrou-se cético, no entanto, com relação à repercussão da medida para as exportações brasileiras. "É um começo. Mas não tem grande repercussão, porque na hora que acalmar a questão europeia, poderemos ter de novo o interesse que havia por entrada de capitais", disse Mantega, acrescentando que, nesse cenário, haverá uma valorização do real.