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Tecnologia

Impacto nos lucros faz machine learning ganhar espaço no setor financeiro das empresas

Automação dos processos tem conquistado diretores financeiros pelo impacto direto nos custos e no lucro das empresas (Foto: BigStock)

Pesquisa da consultoria Grant Thornton realizada com 378 executivos norte-americanos mostra que os diretores financeiros aderiram de vez às ferramentas tecnológicas para resolver gargalos operacionais, melhorar o relacionamento com clientes e fornecedores e até alterar o modelo de negócios das empresas. A realidade brasileira, dizem analistas, é bem próxima do que se vê nos EUA, com startups oferecendo soluções de automatização que têm impacto direto nos lucros.

O estudo “Diretores financeiros lideram o caminho para um mundo digital” aponta que metade dos líderes acredita que a tecnologia impacta o modelo geral de negócios da empresa, enquanto 48% planejam testar mudanças na força de trabalho e estrutura organizacional. Para esses gestores, os avanços tecnológicos também podem causar mudanças substanciais em gestão financeira (47%), nas habilidades e no treinamento da equipe (46%) e no planejamento estratégico dos negócios (44%). Confira detalhes no infográfico ao final da matéria.

“O setor financeiro está atuando de forma pioneira no processo de transformação digital porque lida diretamente com os principais dados do negócio. Além disso, os diretores encararam corte de custos e aumento de eficiência após a crise e foram movidos a implementar novas tecnologias na operação”, explica Adriana Moura, líder de consultoria da Grant Thornton Brasil.

""O empresário André Nowill contratou startup para soluções antifraude (Foto: Divulgação / Pimenta Full)

“A realidade apresentada pela pesquisa é semelhante à brasileira. Algumas empresas estão altamente automatizadas, enquanto outras ainda estão em evolução. Existem também startups que oferecem serviços de alta qualidade para empresas menores a preços competitivos”, acrescenta Adriana.

Esse é o caso da Pimenta Full, que atua com gestão e operação de e-commerces e recebe cerca de 13 mil pedidos por ano. Cansado de receber reclamações do setor financeiro sobre o bloqueio de pedidos por supostas fraudes de pagamento por cartão de crédito, André Nowill, 36 anos, sócio-diretor da empresa, decidiu contratar uma startup que automatiza a análise de risco das compras, a Konduto.

Com a tecnologia, a empresa de Nowill reduziu o número de vendas verdadeiras bloqueadas pelo sistema. Ou seja, descobriu a quantidade de pedidos que eram reais, mas foram considerados fraudulentos. “Aumentamos o faturamento em 9%. Antes, meus clientes ligavam reclamando que a venda não era aprovada, e o diretor financeiro brincava que fazia bico como corretor de imóveis porque tinha de pesquisar na mão até o endereço do cliente para checar a veracidade da compra”, recorda o empresário.

Com mais de 2 mil clientes no Brasil, México, Argentina e Colômbia, a Konduto atua com inteligência artificial e monitoramento do comportamento de navegação do internauta para a análise de crédito. “A Pimenta Full estava barrando mais pedidos do que a média do mercado. Explicamos a eles que era impossível que tantas transações assim fossem de origem criminosa”, explica Tom Canabarro, cofundador da startup.

Para apoiar diretores financeiros na análise crédito dos clientes, a startup Size criou um robô que utiliza machine learning e cruza milhões de dados para garantir mais assertividade na tomada de decisão.  Chamado de Rapaz, o robô leva dois minutos para decidir sobre uma solicitação — considerando desde a liquidez, inadimplência e histórico de operações de sete anos da empresa.

“Na atual velocidade do mercado, quem antes aguardava um ou dois dias para ter uma resposta sobre um pedido de crédito, hoje não pode mais esperar sequer algumas horas. A tecnologia é mais assertiva e veloz, gerando considerável economia para ambos os lados da operação”, destaca Leandro Zen, CEO da Size.

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