Mais uma vez, a redução da taxa básica de juro para 16,50% ao ano terá um efeito muito pequeno nas operações de crédito, segundo o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração de Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira. Segundo ele, existe um deslocamento muito grande entre a taxa Selic e as taxas cobradas ao consumidor, que na média atingem 140,31% ao ano, ou seja, uma variação de mais de 700% entre as duas pontas.
Pelos cálculos da Anefac, a taxa para os consumidores deve cair de 6,15% para 6,10% ao mês no comércio. No cartão de crédito, a taxa deve passar de 10,24% para 10,19% e no cheque especial de 8,21% para 8,16%. No crédito direto ao consumidor oferecido pelos bancos, a projeção é de queda do juro de 3,50% para 3,45% ao mês. Nos bancos, o empréstimo pessoal deverá cair de 5,75% para 5,70% e nas financeiras de 11,63% para 11,58%. Na média de todas as taxas, os juros para a pessoa física cairão de 7,58% para 7,53%. No ano, o juro chegará a 138,98%, na média.
Com a nova Selic, a taxa anual do juro do comércio ficará em 103,51%, do cartão de crédito em 220,41%, do cheque especial em 156,33%, no CDC dos bancos em 50,23%, no empréstimo pessoal em 94,49% e no empréstimos das financeiras, 272,42%. Segundo o levantamento da Anefac, ao utilizar o empréstimo pessoal dos bancos, o consumidor terá, com a nova taxa, uma redução mensal de apenas R$ 0,32 na prestação (empréstimo de R$ 1.000, a ser pago em seis parcelas). Com a nova taxa, a redução será de R$ 0,50 (mês) na utilização do crédito rotativo por 30 dias do cartão de crédito (também R$ 1.000).
A taxa de juro para capital de giro para as empresas passará de 4,23% para 4,18% (ou de 64,40% para 63,46% no ano) e no desconto de duplicatas de 3,87% para 3,82% (de 57,72% para 56,81% ao ano). No desconto de cheques, segundo a Anefac, a taxa passará 5,63% para 5,58% (59,55% para 58,63% no ano) e na conta garantida de 5,63% para 5,58% (de 92,95% para 91,86% no ano). Na média, a taxa para pesso física, que estava em 4,43%, ficará em 4,38% ao mês. No ano, o juro passará de 68,23% para 67,27%. Na compra de uma geladeira de R$ 800, financiada em 12 vezes, por exemplo, a prestação cairá de R$ 96,21 ao mês para R$ 95,95. O ganho ao final de um ano será de apenas R$ 3,12.
- Esta queda poderia e deveria ser maior. Este é o momento do Banco Central ousar. Com alguma prudência, é claro, mas com muita produtividade. As taxas de juros, tanto nominais como reais estão excessivamente elevadas - disse Oliveira.
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