Esperada para fevereiro, a nova regulamentação para publicidade externa em Curitiba ainda nem chegou à mesa do prefeito Beto Richa. "Questões polêmicas", segundo a própria prefeitura, têm atrasado a aprovação das regras e motivado reuniões entre a Secretaria de Urbanismo e entidades ligadas ao setor. A principal delas é a autorização para uso comercial das chamadas empenas (na linguagem da engenharia, paredes externas sem janelas dos edifícios) para exposição de propagandas.
Pela regulamentação atual, só podem ser utilizadas para publicidade as empenas de edifícios corporativos, ou seja, cuja ocupação seja 70% de uma mesma empresa e somente ela pode explorá-la. É com base nesta norma que a própria prefeitura está utilizando a mídia no novo prédio da Secretaria Municipal de Saúde, na Rua Francisco Torres, próximo à rodoferroviária. Quem passa pela região vê um painel gigante em uma das paredes do prédio anunciando o programa Mãe Curitibana.
A prefeitura informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o conselho que estuda a nova regulamentação não vai se pronunciar sobre a polêmica. Porém o presidente do Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Paraná (Sepex), Romerson Faco, confirma que o impacto dos anúncios na paisagem urbana atrasou a assinatura da nova regulamentação. O Sepex é uma das entidades que estuda a regulamentação junto com a prefeitura.
Segundo Faco, a secretaria está fazendo um estudo para dimensionar o impacto e estabelecer em que área as empenas poderão ser exploradas. A princípio, elas estariam restritas ao centro da cidade. "Mas as empenas podem, inclusive, não ser liberadas."
O especialista em mídia exterior, Vairan Machado, diretor da Criative Comunicação Visual, é um dos defensores da liberação do uso comercial das paredes dos edifícios. "Todos os formatos novos são bem-vindos. A publicidade externa evoluiu muito e Curitiba ficou atrasada", diz. Machado acredita que a nova mídia não deve provocar poluição visual, uma vez que ficará limitada a poucas construções. "Curitiba não é uma cidade de grandes arranha-céus. Arrisco dizer que não passariam de vinte locais possíveis para uso da empena."
Para o especialista, a liberação das empenas deve trazer para a capital paranaense a verba publicitária que grandes anunciantes nacionais reservam a outras cidades. "Esse tipo de mídia já é utilizado em outras capitais brasileiras e nas principais metrópoles do mundo."
Posicionamento
Outro ponto ainda indefinido no decreto, segundo Faco, do Sepex, é o posicionamento de painéis nas áreas particulares. Hoje eles devem ter um recuo de cinco metros em relação ao limite do terreno. A entidade defende que não seja necessário recuo para painéis de até 18 metros quadrados. "Criando este tipo de norma, acabamos estimulando o uso de painéis menores, que se enquadrem nela e fiquem mais visíveis", diz.
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