Terminou sem acordo a primeira reunião entre a Petrobras e representantes dos trabalhadores para tentar pôr fim à greve de cinco dias iniciada na última segunda-feira. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a companhia avançou apenas na proposta sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mas não fez proposta para o tema da segurança do trabalho, considerado prioritário pelos trabalhadores. Um novo encontro foi marcado para a manhã de hoje.
No Paraná, a Petrobras foi autuada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-PR) por manter funcionários na Refinaria Presidente Getulio Vargas (Repar), em Araucária, por mais de oito horas. Para que a produção não fosse paralisada, a equipe que entrou para trabalhar na Repar na tarde de domingo só saiu de lá na manhã de ontem. Ainda assim, a denúncia de cárcere privado feita pelo Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-PR) não foi acatada pela SRTE.
A petrolífera informou que uma equipe de contingência, formada por empregados que não entraram em greve, está trabalhando na Repar. De acordo com Anselmo Ernesto Ruoso Jr., diretor do Sindipetro, a Petrobras estaria mantendo número insuficiente de trabalhadores na refinaria, o que colocaria em risco a segurança dos serviços. "Além disso, estão utilizando funcionários que há muito tempo não atuavam nos setores para os quais foram designados", diz Ruoso. A Petrobras negou que o contingente pequeno de trabalhadores pudesse trazer risco de explosão à usina, como foi alardeado pelos sindicalistas na manhã de ontem.
Ontem, segundo o sindicato, apenas 70 dos mil funcionários da refinaria continuavam trabalhando. Ou seja, 93% do total estariam de braços cruzados. De acordo com a empresa, no entanto, a adesão é bem menor: cerca de 25% dos 1.580 funcionários das três unidades da estatal no Paraná teriam aderido à paralisação.
A categoria pede melhoria nas condições de segurança no trabalho, com a instalação de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) por plataforma, ao invés de uma Cipa por grupo de plataformas. Além disso, os petroleiros reivindicam manutenção nos empregos de empresas terceirizadas, que estariam sendo forçadas a reduzir os custos por conta da crise, e aumento na PLR.
Distribuidora
Os trabalhadores da BR Distribuidora avaliam a possibilidade de uma paralisação de 24 horas em solidariedade à mobilização dos petroleiros.
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