A importação de produtos chineses cresceu 56,9% em 2008 em comparação com 2007 e atingiram US$ 20 bilhões. A exportação de produtos brasileiros para o país asiático também cresceu quase na mesma proporção (50,8%), chegando a US$ 16,4 bilhões. A balança comercial brasileira fechou o ano de 2008 com um superávit de US$ 24,7 bilhões, o pior resultado desde 2002.
O resultado detalhado da balança comercial, divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mostra a Ásia como a região que mais aumentou a compra de produtos brasileiros. Puxada pela China, as exportações para a Ásia cresceram 47,5%. O mesmo aconteceu em relação às importações, uma vez que o Brasil comprou 51,6% a mais da região no ano passado.
Proporcionalmente entre os maiores compradores, o intercâmbio comercial com os Estados Unidos foi o que menos cresceu. As exportações para a maior potência mundial cresceram apenas 7,9%, enquanto as importações registraram aumento de 35%. Mesmo assim, os Estados Unidos ainda aparecem como o país que mais realiza comércio com o Brasil.
O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, afirma que os dados mostram a mudança no perfil das exportações brasileiras, que vêm crescendo de forma mais forte para os países emergentes.
Os números do ministério mostram que as exportações brasileiras para países desenvolvidos cresceram 17,1%, enquanto a venda de produtos para países em desenvolvimento subiu 29,1%.
Produtos
De acordo com os números do ministério, o maior crescimento da exportação foi registrado entre os produtos básicos (39,9%), como soja em grão, minério de ferro, petróleo bruto e carne de frango. Entre as importações, os produtos de maior destaque foram os combustíveis e lubrificantes e bens de capital.
Barral destaca que a crise financeira internacional provocou mudanças no perfil das exportações brasileiras a partir do mês de novembro. Ele destaca que a queda do ritmo de crescimento afetou mais as exportações para os países desenvolvidos.
Em relação aos produtos, o secretário destaca que, com exceção do minério de ferro, as exportações brasileiras seguiram em crescimento mesmo depois de novembro.
Sobre o preço das commodities, que vem caindo desde a metade de 2008, Barral observa que os valores ainda são superiores aos praticados em 2007. "Para boa parte dos exportadores, a queda do preço foi compensada pela alta do dólar", disse o secretário.