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Comércio exterior

Importação derruba saldo comercial

Brasília - O crescimento das importações em setembro derrubou o saldo da balança comercial do país. Com as vendas ao exterior estacionadas praticamente no mesmo patamar de agosto, o superávit no mês não passou de US$ 1,33 bilhão, o menor resultado desde janeiro. Ainda assim, o comércio do Brasil com o mundo refletiu a retomada industrial no país. Os embarques de produtos manufaturados cresceram, enquanto as compras de máquinas e equipamentos sinalizam a volta dos investimentos no setor.

O total das exportações do país em setembro fechou em US$ 13,864 bilhões, apenas 0,3% superior ao resultado de agosto. Como os principais produtos agrícolas brasileiros já foram vendidos no primeiro semestre do ano, houve queda de 9,6% nos embarques de produtos básicos, mas o movimento foi compensado pelos crescimentos de 10,3% nas vendas de bens industrializados e de 1,8% na de bens intermediários.

"A queda das commodities é normal para esta época do ano, após o fim das colheitas, ainda mais com a antecipação da safra da soja, que bateu recorde este ano. A boa notícia é o crescimento nas exportações dos produtos industrializados", disse o secretário de Comércio Ex­­terior do Ministério do Desen­­volvimento, Welber Barral.

Lucro menor

No entanto, a melhor penetração no exterior dos produtos brasileiros de maior valor agregado ocorreu paralelamente a uma redução média de 0,7% nos preços dessas mer­­cadorias. Ou seja, as em­­presas estão conseguindo ex­­portar mais, mas com menor margem de lucro. "Isso é resultado de um mercado mundial mais competitivo, mas há um limite para esses descontos", afirmou o secretário. Para Barral, uma forma de reagir a esse acirramento na disputa por espaços nos fluxos de comércio seria a adoção de medidas para a redução dos custos burocráticos, tributários e de logística na produção.

Já as importações em setembro somaram US$ 12,534 bi­­lhões, superando em 16,4% as operações de agosto. O destaque ficou para o aumento de 20,2% nas compras de máquinas e equipamentos. Para Ale­­xandre Chaia, economista do Instituto Insper (ex-Ibmec), o movimento reflete a tentativa da indústria nacional em se preparar para o aumento da demanda esperado para o próximo ano. "Como o prazo de maturação dos investimentos não é imediato, as empresas já estão começando a corrigir e a modernizar a capacidade, ainda em parte ociosa, mas que será exigida em meados de 2010, quando a crise for inteiramente superada", avaliou.

Segundo Chaia, a queda do superávit comercial após uma sequência longa de resultados expressivos tende a se repetir nos meses finais deste ano porque a economia brasileira está crescendo mais rapidamente do que o restante do mundo.

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