Em meio à disparada da cotação do petróleo no mercado internacional, a pressão sobre o preço do diesel no Brasil só não é maior em razão do aumento das importações de combustível russo, impulsionadas por descontos oferecidos pelos produtores do país de Vladimir Putin diante do banimento de compras por países da União Europeia.
De irrelevante até o fim do ano passado, o derivado russo chegou ao nível recorde de 74,5% de todo o diesel importado pelo mercado brasileiro no mês de agosto. Mas, como o diesel produzido na Rússia também vem acompanhando a alta das cotações internacionais, há pressão sobre os preços no Brasil de qualquer forma.
Segundo cálculos da consultoria Argus, a defasagem do diesel brasileiro para o importado da Rússia chegou a 9,8% na última sexta-feira (8), enquanto a diferença para o importado não russo era de 15,1%.
“Como a Petrobras não consegue suprir tudo o que é consumido no Brasil, você tem basicamente dois mercados de diesel”, comenta Amance Boutin, especialista no mercado de combustíveis da Argus. “O principal é o fornecido pela Petrobras, do qual todas as distribuidoras vão tentar extrair o máximo que puderem”, diz.
“O resto vem do mercado secundário, chamado de barril marginal, o que é preciso comprar para completar a oferta da Petrobras. Esse produto é mais caro, mas vindo da Rússia tem uma defasagem menor”, complementa.
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