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Importação é recorde com real em alta

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Vídeo (Foto: RPC TV)

Brasília – O dólar barato levou as importações a bater novos recordes em maio. Pela primeira vez na história, elas atingiram a marca dos US$ 100 bilhões no acumulado de 12 meses e a cifra mensal de US$ 9,78 bilhões. Como as exportações em maio somaram US$ 13,64 bilhões, o superávit comercial no mês foi de US$ 3,86 bilhões, recordes para meses de maio. "O crescimento robusto das importações é efeito da valorização do real e a tendência é que as importações continuem a crescer", avaliou o secretário de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat.

As importações registraram média diária de US$ 444,5 milhões, alta de 34,2% em relação a maio de 2006, enquanto as exportações tiveram média diária de US$ 620,4 milhões, com expansão de 32,4% Meziat disse que esse crescimento elevado "é ilusório" porque se deve à operação-padrão realizada pela Receita Federal em maio de 2006, que deixou de registrar parte do fluxo de comércio naquele mês, reduzindo o resultado e tornando pequena a base de comparação. Meziat acredita que as importações continuarão crescendo em um ritmo superior ao das exportações, mas ressalva que essa diferença no ritmo de crescimento não é suficiente para reduzir o superávit comercial.

O secretário disse que, embora as exportações estejam crescendo 20% no acumulado do ano, e as importações, 25,4% – as vendas externas em valores absolutos superaram as importações. "É preciso haver um distanciamento maior das taxas para que o superávit possa cair", afirmou.

No acumulado dos 12 últimos meses, o superávit comercial soma US$ 47,86 bilhões, superior ao saldo de 2006, de US$ 46,07 bilhões. A projeção do mercado, levantada pelo Banco Central, é de um saldo de US$ 42,1 bilhões neste ano. As exportações somaram US$ 148,31 bilhões e as importações, US$ 100,44 bilhões nos últimos 12 meses.

Meziat acredita que o setor exportador tem se adaptado ao real valorizado, o que explica o bom desempenho das exportações. Ele avalia que as empresas brasileiras estão procurando melhorar sua competitividade e produtividade investindo em inovação tecnológica para melhorar os seus produtos e agregar valor, além de aproveitar as importações baratas para comprar matérias-primas.

Segundo o secretário, o volume exportado também está se recuperando. Enquanto, no ano passado, as vendas externas cresceram 12% em preço e 3,2% em quantidade, o aumento das exportações no primeiro quadrimestre deste ano em função do preço foi de 9,4%, e em volume, de 8,3%.

Embora admita que os preços elevados das commodities no mercado internacional esteja favorecendo o resultado das exportações, ele argumenta que as vendas de manufaturados também estão se recuperando. As exportações de máquinas e equipamentos, por exemplo, aumentaram 7% em quantidade e 11,3% em preço nos primeiros cinco meses de 2007.

Para Meziat, a concorrência dos produtos chineses com os brasileiros é uma preocupação "momentânea". Ele acredita que a China perderá competitividade quando fizer as reformas econômicas previstas no protocolo de adesão à Organização Mundial do Comércio (OMC). Até lá, segundo Meziat, qualquer surto de importação de produtos chineses que cause danos à indústria brasileira será combatido por meio de salvaguardas. Já existe mais de uma dezena de processos de investigação contra produtos chineses.

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