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Tatiana Prazeres, do Ministério do Desenvolvimento: comparação com 2011 é desfavorável | Valter Campanato/ABr
Tatiana Prazeres, do Ministério do Desenvolvimento: comparação com 2011 é desfavorável| Foto: Valter Campanato/ABr

Brasil pode financiar importador argentino

As exportações para a Argentina tiveram uma queda de 23% em abril, na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado acendeu uma luz vermelha no governo brasileiro, que solicitou uma reunião com o governo argentino para discutir saídas que possam melhorar o comércio bilateral.

O secretário executivo do Ministério do Desen­volvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, disse na tarde desta quarta-feira que o encontro deve ocorrer ainda na primeira quinzena deste mês. Ele ponderou que não são apenas as barreiras impostas pela Argentina aos produtos brasileiros as responsáveis pela queda nas vendas do Brasil.

Teixeira disse que a situação econômica difícil do país vizinho provocou uma retração do comércio com todos os países. "Mas não estamos negando que as medidas que o governo argentino tem tomado estejam diminuindo as nossas exportações", disse. "Vamos ver no que podemos auxiliar para que a economia argentina não continue piorando. Uma piora da Argentina é ruim para o comércio com o Brasil e para a região como um todo."

O secretário observou que o Brasil pode, por exemplo, conceder financiamento para o comércio bilateral. "A Argentina tem dificuldade de obter financiamento externo."

Consolidação

A secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, relatou que as exportações e as importações brasileiras estão em patamar elevado, ainda que tenha havido uma retração em abril. Segundo ela, está havendo uma consolidação da média diária obtida em anos anteriores.

A secretária destacou que 2011 é uma base de comparação bastante elevada: "2011 foi um ano excepcional para o comércio exterior brasileiro". Ela lembrou que tanto a Organização Mundial do Comércio (OMC) quando o Fundo Monetário In­ternacional (FMI) reduziram suas previsões para o comércio mundial. "A OMC e o FMI têm a visão de que comércio mundial crescerá muito menos em 2012 que no ano passado." A previsão do FMI é de uma expansão global de 3,8% este ano.

O comércio exterior brasileiro teve uma desaceleração forte em abril e, pela primeira vez este ano, registrou queda pela média diária nas exportações e nas importações em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado é um superávit da balança comercial minguado, de US$ 881 milhões, o menor para meses de abril desde 2002. A previsão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) é que a perda de ritmo da balança continuará nos próximos meses, com importações crescendo acima das exportações, mas com saldos positivos.

Em abril, as vendas externas somaram US$ 19,6 bilhões, com média diária de US$ 978,3 milhões e queda de 7,9% em relação a abril de 2011. As importações totalizaram US$ 18,7 bilhões, valor recorde para meses de abril. Apesar disso, como houve um dia útil a mais que no ano passado, a média diária foi de US$ 934,3 milhões, 3,1% a menos que em abril de 2011.

No acumulado do primeiro quadrimestre, a balança comercial tem superávit de US$ 3,32 bilhões, queda de 33,7% em relação ao mesmo período de 2011. As exportações totalizam US$ 74,65 bilhões e as importações, US$ 71,33 bilhões. Ambos são valores recordes para o período. As vendas externas cresceram 4,5%, enquanto que as importações subiram 7,4%.

Crescimento

O secretário executivo do Ministério do Desen­volvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, afirmou que a previsão de um crescimento de 3,1% para as exportações brasileiras em 2012 é realista e deve ser atingida. "As nossas previsões trabalham com a realidade do que pode ser atingido no Brasil", afirmou. No entanto, Teixeira destacou que 2012 será um dos anos mais difíceis para a indústria brasileira e para o comércio exterior em função do cenário internacional conturbado.

O governo admite que a tendência para o resto do ano é de desaceleração tanto das exportações quanto das importações. Mas destaca que Brasil e China têm a menor desaceleração do comércio exterior. "Nos outros países é muito mais rápido. A dinâmica do comércio é diferente para nós", afirmou Teixeira. Ele disse que o desempenho das exportações ao longo de 2012 dependerá da capacidade de absorção dos produtos brasileiros por outros países.

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