A imprensa estatal chinesa acusou nesta quarta-feira o magnata americano George Soros de ter “declarado guerra” ao yuan, moeda que passar por uma desvalorização.
Soros declarou na semana passada, à margem do Fórum Econômico de Davos que era “praticamente inevitável” uma “aterrissagem brutal” da economia chinesa.
O investidor, de 85 anos, destacou especialmente as pressões deflacionistas e o aumento excessivo do endividamento da China como fatores inquietantes da desaceleração econômica.
Depois de uma desvalorização brusca do yuan em agosto, Pequim se preocupa com a forte depreciação de sua divisa e já usou bilhões de dólares para apoiar a moeda. Neste contexto, a edição internacional do jornal Diário do Povo publicou em sua manchete um artigo com o título “Declarar guerra à moeda chinesa?”, que foi amplamente compartilhado nas redes sociais.
George Soros “declarou publicamente a guerra à China”, afirma, em tom de indignação, o jornal, órgão do Partido Comunista Chinês (PCC). A agência estatal Xinhua recordou nesta quarta-feira que Soros já previu “em várias oportunidades” o caos econômico.
“Ou os vendedores a descoberto (que apostam na queda de um ativo) estão mal informados ou tentam deliberadamente provocar o pânico para obter benefícios, afirma a Xinhua.
Um editorial do Global Times, outra publicação vinculada ao PCC, acusa os “ocidentais” de não assumirem suas responsabilidades ante a derrocada da economia mundial.
Nos anos 1990, Soros provocou polêmica ao especular intensamente contra a libra esterlina, o que levou o Banco da Inglaterra a retirar a moeda do regime de câmbio que a vinculava a outras moedas europeias.