A taxa de inadimplência média do crédito livre cresceu pelo sétimo mês seguido em junho. De acordo com dados divulgados hoje pelo Banco Central (BC), a parcela dos empréstimos com atraso superior a 90 dias atingiu 5,7% das operações no mês passado, ante 5,5% do mês anterior. Com esse aumento, a inadimplência do crédito livre retoma o nível recorde da série histórica, que havia sido observado em setembro de 2000. O aumento da inadimplência foi liderado em junho pelas operações destinadas às empresas. Nesse segmento, a taxa subiu de 3,2% em maio para 3,4% em junho. Entre as pessoas físicas, o porcentual seguiu estável em 8,6%.
O Banco Central ainda divulgou hoje que as operações de crédito do sistema financeiro apresentaram expansão de 1,3% em junho na comparação com maio. Segundo os dados, o estoque de todos os empréstimos somava R$ 1,278 trilhão no fim do mês passado. No período de 12 meses encerrado em junho, o estoque de crédito cresceu 19,7%. "O processo de recuperação do mercado de crédito prosseguiu em junho, refletindo, principalmente, expansões nas operações realizadas pelo BNDES e nas principais modalidades destinadas a pessoas físicas", afirma o documento divulgado hoje. Com a expansão observada no mês passado, a participação do crédito no Produto Interno Bruto (PIB) atingiu 43,7%, ante 43,2% em maio deste ano, e 36,3% em junho de 2008.
As empresas lideraram a tomada de novos empréstimos em junho. Segundo os dados divulgados pelo BC, o valor de concessões acumuladas de novos financiamentos para as pessoas jurídicas somou R$ 96,382 bilhões, valor 10,4% superior ao observado em maio. Nas operações para pessoas físicas, o montante de concessões totalizou R$ 56,169 bilhões, valor 6,1% superior ao observado em maio. No total do mercado, as novas concessões somaram R$ 152,551 bilhões, valor 8,8% maior que o observado no mês anterior.
Na média diária de novos financiamentos, as operações para pessoas jurídicas também lideraram o crescimento, com expansão de 5,1% em junho na comparação com maio. No mês passado, empresas tomaram, na média, R$ 4,590 bilhões em novos empréstimos a cada dia útil. Entre as pessoas físicas, as novas operações totalizaram média diária de R$ 2,675 bilhões, com expansão de 1,1% na comparação com maio. No total do mercado, a média diária de concessões atingiu R$ 7,264 bilhões, com crescimento de 3,6% na comparação com maio.
Juros
Pelo sétimo mês consecutivo, a taxa média de juros praticada pelas instituições financeiras no crédito livre caiu em relação ao mês anterior. Em junho, o juro médio ficou em 36,7%, menor do que os 37,9% praticados em maio. Segundo o Banco Central, essa redução ocorreu nas operações para empresas e pessoas físicas. Nos empréstimos para pessoas jurídicas, o juro médio caiu entre maio e junho de 28,5% para 27,5%. Nos financiamentos para as famílias, a queda foi de 47,3% para 45,6%.
Boa parte dessa redução das taxas aconteceu pela diminuição do spread bancário, que é a diferença entre o custo da captação e o juro do empréstimo. Em junho, o spread médio ficou em 27,2 pontos porcentuais, ante 28,1 pontos porcentuais de maio. Nas operações para as empresas, a margem dos bancos diminuiu de 18,7 pontos porcentuais para 18,3 pontos porcentuais. E no financiamento para as pessoas físicas, a retração foi de 37,4 pontos porcentuais para 35,7 pontos porcentuais.
Base monetária
A base monetária (papel moeda emitido mais reservas monetárias) teve expansão de 1,1% em junho ante maio, na média dos saldos diários. Segundo os dados do Banco Central, com o crescimento do mês passado, o montante atingiu R$ 136,247 bilhões no conceito de média. No acumulado de 12 meses, o valor teve expansão de 4%. No conceito de ponta, a base monetária apresentou expansão de 4 4% em junho sobre maio, para R$ 139,186 bilhões. No acumulado de 12 meses, o valor cresceu 4,8%.
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