Serviço Nacional de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) caiu 13,16% em agosto, em relação a julho, e 1,38% em relação a agosto do ano passado. No acumulado do ano a queda foi de 8,8%.
Para o presidente do SPC Brasil, Roberto Alfeu, a queda acentuada de julho para agosto decorre da recuperação do emprego do aumento da massa salarial do trabalhador, do impacto do 13º salário e da restituição do Imposto de Renda de considerável parcela dos consumidores.
Segundo Alfeu, também influenciaram o resultado a queda na taxa básica de juros (Selic) e a melhora na oferta de crédito. Entre os devedores inscritos no SPC, as mulheres figuram com 55 54% e os homens 44,46% do total.
Até agosto, as consultas ao SPC aumentaram 2,88% em 2009 na comparação com o mesmo período do ano passado. Na comparação de agosto deste ano com agosto de 2008, a alta foi de 2,59%, em razão das liquidações de inverno, da proximidade do dia dos pais e das vendas de material escolar para o segundo semestre letivo.
Alfeu acredita que a recuperação econômica do país começa refletir na redução de dívidas do consumidor. Ele destaca a redução no percentual do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) adotada pelo governo para combater a crise e a ampliação do número de meses para recebimento do Seguro Desemprego estão entre as medidas medidas que aumentaram o dinheiro em circulação e favoreceram a redução do endividamento do público.
Para ele, "tudo estaria melhor, no entanto, se o governo reduzisse o gasto público".
O que segurou a economia brasileira em face da crise mundial, conforme avalia, foi o fato de o país consumir 85% do que produz enquanto exporta apenas 15% do total. Em outros países, lembra Alfeu, as pequenas e micro empresas demitiram bastante, o que não aconteceu no Brasil, onde elas contratam até 8 empregados e seguram a economia.
As classes C e D, segundo ele continuam consumindo bem no país o que deve garantir bons resultados para a economia até o final do ano, quando também estarão circulando os recursos da restituição do Imposto de Renda e do 13º salário.
Segundo o presidente do CDL, há segmentos que já começam a ampliar seus negócios em setembro, em função do Natal, e tendo em vista sua especialização, como as áreas de cosméticos e brinquedos. Tudo isso é fator de aquecimento.
Roberto Alfeu disse que o vilão da inadimplência ainda é o cartão de crédito, que coloca o consumidor num círculo vicioso quando ele usa vários e acaba caindo no sistema rotativo, pagando juros de mais de 300% ao ano, entrando num caminho de difícil volta.
Ele defende a regulamentação do setor de cartões, que segundo afirma, no passado "não pagava nem CPMF e só contribui para alavancar o sistema financeiro, sem prestar nenhum grande benefício ao público a não ser viciá-lo no endividamento".
O Serviço de Proteção ao Crédito está ligado a 700 mil pontos comerciais em todo o país. As empresas em geral comunicam a inadimplência do cliente 30 dias após o não pagamento.