A inadimplência das pessoas jurídicas no País subiu 9% em novembro, na comparação com outubro, na maior alta mensal desde março, segundo o Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas, divulgado nesta quarta-feira. O número assemelha-se ao registrado em novembro de 2008, ápice da crise econômica mundial, quando atingiu 9,2%, e reverte a tendência de queda que vinha sendo registrada desde julho de deste ano.
De julho para agosto, a inadimplência havia caído 12,7% e, de agosto para setembro, 2,6%. De setembro para outubro, porém, houve elevação de 0,8%, até então um ponto fora da curva curta. Comparando a inadimplência acumulada de janeiro a novembro de 2009 com a acumulada no mesmo período de 2008, a pesquisa aponta alta de 21,7% no indicador.
Para os analistas da Serasa, a dificuldade de acesso ao crédito levou aperto financeiro especialmente às micro e pequenas empresas, que ainda não conseguiram retomar as condições de empréstimo pré-crise. Segundo os especialistas, mesmo sendo uma despesa programada, o pagamento do 13º salário aos funcionários pesou nas finanças das empresas, que ainda enfrentavam dificuldades para gerar receitas. As exportadoras sofrem ainda com a retração do mercado externo.
No acumulado dos 11 meses de 2009, as dívidas em atraso mais comuns entre as empresas foram os títulos protestados (41,5%), os cheques sem fundos (38,7%) e as dívidas com bancos (19,7%). Apesar de o perfil das dívidas ter sido semelhante ao do acumulado de 2008, o valor médio delas subiu em 2009. As dívidas médias com bancos ficaram em R$ 4.576,39, com 4,3% de elevação, a dos títulos protestados em R$ 1.744,77, alta de 11,9%, e dos cheques sem fundos em R$ 1.650,95, aumento de 25,1%.
O critério para que a Serasa considere uma empresa inadimplente é determinado pelo credor. No caso das dívidas com bancos, por exemplo, a empresa é inadimplente se não regularizar a situação em até dez dias após o recebimento de uma carta enviada pela Serasa após a solicitação do credor.
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