Índice big mac
Real é moeda mais cara do mundo, diz a The Economist
O índice Big Mac, calculado pela revista britânica The Economist, aponta que o real é a moeda mais cara do mundo. De acordo com o estudo, que neste ano passou a considerar não apenas o preço do sanduíche, mas também o PIB per capita dos países, a moeda brasileira está 149% sobrevalorizada em relação ao dólar. Em seguida, aparecem o peso colombiano, com sobrevalorização de 108%, e o argentino (101%). Sob esse critério, o iuan chinês não estaria tão subvalorizado quanto reclamam os americanos; pelo contrário, a tabela aponta sobrevalorização de 3%.
No critério antigo, no entanto, que considera apenas o preço do sanduíche, o Brasil se mantém atrás de Noruega, Suíça e Suécia. O Big Mac por aqui custa US$ 6,16, o quarto mais caro da lista. Com esse preço, a sobrevalorização é de 52%, já que o sanduíche nos Estados Unidos custa US$ 4,07. No caso da China, sob essa metodologia, haveria subvalorização de 44% mais em linha com as reclamações do governo dos EUA.
O dólar ficou mais caro pelo segundo dia no mercado de câmbio doméstico, ainda sofrendo do "susto" dos agentes financeiros com a munição pesada utilizada pelas autoridades econômicas na tentativa de conter a desvalorização da moeda norte-americana. Até terça-feira, muitos profissionais do setor financeiro já miravam R$ 1,50 como o mais provável "piso" para o câmbio; ontem, no entanto, alguns especialistas já passavam a contemplar o retorno das cotações para R$ 1,58 ou R$ 1,60. Ontem, o dólar chegou a ser negociado na cotação máxima de R$ 1,570, mas encerrou o pregão em R$ 1,566, com alta de 0,57%.A verdade é que os agentes financeiros ainda avaliam os efeitos das medidas anunciadas na quarta-feira pelo governo, embora já existam alguns consensos: efetivamente, o governo aumentou seu poder de intervenção nos negócios; as novas regras tendem a inibir a especulação com a moeda; e devem encarecer algumas operações para exportadores.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já acenou com mais "artilharia": em entrevista ao canal Globonews, adiantou que o governo pode elevar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que vai incidir sobre os derivativos, caso julgue que os níveis atuais sejam inócuos para conter a queda livre do câmbio. "Se 1% for pouco (...) a gente aumenta. O limite é 25%", afirmou.
A medida provisória publicada na quarta-feira aumenta os poderes do governo para regular as operações com dólar no mercado futuro, que tem enorme influência na formação dos preços no mercado à vista. Também aumenta a taxação de IOF incidente sobre os negócios com a moeda.
O professor de Finanças do Ibmec-RJ, Gilberto Braga, elogia as novas medidas, embora ressalte: "Efetivamente, não resolve o problema [da depreciação cambial], mas contribui". Para o especialista, o governo mudou de estratégia e adquiriu "uma caixa de ferramentas muito maior", o que pode ter assustado os participantes do mercado financeiro.
Cobrança
O Ministério da Fazenda avisou ontem que pretende se reunir com integrantes dos bancos para discutir a implementação das novas medidas, e que somente deve passar a cobrar os tributos a partir de outubro mas retroativos a quarta-feira, quando foi baixado o decreto.
Lula vai trabalhar crise dos deportados internamente sem afrontar Trump
Delação de Mauro Cid coloca Michelle e Eduardo Bolsonaro na mira de Alexandre de Moraes
Crise do Pix, alta de alimentos e Pé-de-Meia mostram que desconfiança supera marketing de Lula
Tiro no “Pé-de-Meia”: programa pode levar ao impeachment de Lula; ouça o podcast
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast