Curitiba Mudanças na regulação do uso da terra estão entre as reclamações mais comuns sobre as políticas de proteção ao meio ambiente. No primeiro semestre deste ano, o setor de reflorestamento comercial passou semanas tentando convencer o IAP a alterar uma resolução que cancelava a liberação de abertura de áreas para o plantio de pinus. A medida foi tomada porque o órgão entendeu que havia falhas nos critérios para a emissão de autorizações locais que deveriam ser preservados estavam sendo tomados pela espécie de árvore, de acordo com o IAP.
No início do segundo semestre, a suspensão foi derrubada pela Justiça, atendendo a um pedido da Associação Paranaense das Empresas de Base Florestal (Apre). "Não éramos contra discutir as regras. O problema é que estava demorando demais e o setor não podia esperar", diz o presidente da entidade, Roberto Gava. A decisão judicial beneficia somente as associadas da Apre.
A questão do plantio do pinus não está resolvida. A espécie é exótica e em alguns casos escapa do controle dos agricultores. Sementes chegam a áreas de preservação, onde competem com plantas nativas. O engenheiro florestal Arnaldo Müller, professor da PUC-PR, critica a adoção do pinus como fonte de madeira. "O plantio de florestas é bom porque evita a pressão sobre a mata. Acho que isso deveria ser feito com espécies típicas da região, que não são agressivas", opina.
A alternativa para o Paraná estudada pelo professor é a bracatinga, árvore com crescimento rápido e potencial para uso pela indústria e que tem a vantagem de fixar nitrogênio no solo. A principal barreira para que a idéia seja levada adiante é a legislação. "A lei dificulta o corte das árvores nativas, mesmo de florestas plantadas."